Júri deve acontecer em agosto 

O julgamento de Jadher Leandro Rodrigues pela participação no assassinato de Juliana Aparecida dos Santos Sales foi adiado por mais dois meses. Os familiares da vítima, morta pela namorada do réu em 2010, foram surpreendidos com a notícia ao chegarem no fórum na manhã desta quarta-feira (24).

Filho de policial militar, Jadher é acusado de emprestar a arma para a autora do crime, que na época tinha 15 anos. Juliana foi assassinada depois de uma amiga dela se envolver em uma briga com a irmã gêmea da suspeita, durante uma festa na Ucaf (União Campo-Grandense de Favelas) no dia 8 de agosto de 2010.

O rapaz seria julgado pela segunda vez nesta quarta-feira por porte ilegal de arma de fogo e corrupção de menores pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos. Ao chegar para acompanhar o julgamento a família de Juliana foi informada do adiamento, que agora deve acontecer no dia 30 de agosto, mês em que o caso completa 7 anos.Julgamento de suspeito que emprestou arma para namorada matar é adiado

A explicação para o cancelamento seria de que o promotor escalado para atuar no caso é o mesmo responsável por anular o primeiro julgamento e por isso estaria automaticamente impedido de agir nesta manhã. A reportagem entrou em contato com o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para saber os motivos do adiamento e aguarda resposta.

Em 2013, o rapaz foi condenado a dois anos de prisão, mas a defesa recorreu ao TJMS e o julgamento foi anulado.

A notícia foi recebida com revolta pela família. O pai de Juliana, Aparecido Ramão Draga Sales, de 42 anos, descreveu o tempo de espera como “mais dois meses de agonia e expectativa”. “Embora não vá trazer minha filha de volta, quero que ele [Jadher] seja condenado”, afirmou o pintor. Se estivesse vida, Juliana completaria 25 anos nesta quinta-feira (25). 

O crime

O caso aconteceu no bairro Coronel Antonino. A autora, à época uma adolescente de 15 anos, frequentava a festa na Ucaf, quando uma das amigas de Juliana esbarrou na irmã gêmea dela, que desferiu um soco em resposta, iniciando uma discussão entre os dois grupos.

A adolescente não gostou da confusão e conversou com o namorado Jhader, filho de cabo da policial militar. O rapaz pediu a moto de um amigo emprestada e os dois foram até a casa do PM, pegaram a arma do crime, que estava municiada e voltaram para encontrar o grupo em que a vítima estava.

Segundo os relatos, a garota ainda teria efetuado um disparo para testar o revólver. Depois se aproximou um pouco mais das vítimas e atirou contra o grupo, atingindo Juliana no abdômen e a irmã dela de 14 anos na mão.

Depois de efetuar o disparo, a adolescente de 15 anos e o namorado retornaram para a casa do rapaz, recolocaram balas no revólver para não levantar suspeitas, e guardaram a arma no mesmo local de onde haviam pegado. Os dois foram detidos um dia após o crime. (Foto: Arlindo Florentino)