Para PF, dupla aplicou golpe de R$ 25 milhões

José Mauro Vigano e Moisés Wisniewski são os dois empresários presos na manhã desta terça-feira (21), em Campo Grande, pela Polícia Federal, por suposto envolvimento no esquema que fraudava licitações pelo sistema ComprasNet, do Governo Federal, conforme apurou a reportagem. As prisões foram efetuadas durante a operação “Licitante Fantasma”, cujas investigações seguem em sigilo. Confirmaram os nomes dos detidos pessoas que atuaram indiretamente nas investigações.

Contra a dupla não havia mandado de prisão, apenas de busca e apreensão, contudo, os dois guardavam em suas casas, uma delas no Jardim Bela Vista, armas de fogo sem registro de posse ou porte.

Vigano, como escreve no Facebook, é de Ourinhos, interior de São Paulo, mas mora em Campo Grande. Ele seria dono de duas empresas: a Futura Empreendimento Imobiliária, empresa situada em Bonito, com capital de R$ 373 mil. O empresário seria também o dono da CM Logística Engenharia Comércio e Serviços Ltda, empreiteira que fora processada pelo Banco Bradesco por questões financeiras.

Já Moisés seria de Minas do Leão, no Rio Grande do Sul, mas ele também mora aqui na cidade. Ele seria dono de uma empresa a “Moble Service”, criada em 1989, mas que já não existe mais. Wisnieswski também é processado pela justiça por razão financeira, mas pelo Banco do Brasil.

O nome da operação tem a ver com o modo de ação do grupo, que entrava nas concorrências com empresas que não existiam e, com isso, venciam as licitações com facilidade.

O delegado da Polícia Federal, Cleo Mazzotti e o superintendente da CGU (Controladoria Geral da União) José Paulo Barbieri, disseram foram analisadas e investigadas as licitações feitas no período de 2011 a 2014, sendo que as apurações iniciaram oficialmente em 2013. Quatro anos depois, a operação foi deflagrada, cumprindo quatro mandados de busca e apreensão.

O prejuízo total aplicado pelos empresários alcança a cifra de R$ 25 milhões, sendo que o valor total das licitações supera a casa dos R$ 60 milhões. Foram constatadas ao menos duas formas como gripo agia.

Com várias empresas ‘fantasmas’, os empresários concorriam com eles mesmos em alguns pregões. Os serviços oferecidos variavam desde construção de prédios até mesmo balanceamento de pneus.