“Nunca violei ninguém sem o consentimento”, disse na época

“Nunca violentei ninguém sem o consentimento”. Foi assim que Giunaldo Pereira Ferreira, 49 anos, explicou ao ser preso em setembro de 2013, como manteve relação sexual com uma mulher que o denunciou por estupro. A vítima relatou que ele oferecia trabalhos espirituais e que incorporava o chamado ‘Exu sete flechas’.

Giunaldo foi condenado a três anos de prisão em julho de 2016, mas de acordo com publicação do Diário do Tribunal de Justiça, desta terça-feira (14), está “atualmente em local incerto ou não sabido”. A publicação da sentença é para que ele tenha ciência que já foi julgado e está condenado. Consta que no endereço fornecido à Justiça, uma pessoa informou que ele está trabalhando em uma fazenda. 

O réu não foi condenado por estupro, por isso a pena mais baixa, e sim pelo crime previsto no artigo 215 do Código Penal. “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima”. Ou seja, ele enganou a vítima para conseguir a relação. 

Na época do crime, a vítima relatou que Giunaldo se dizia pai de santo e que em determinado momento, disse estar incorporado o ‘Exu Sete Flecha’. 

“Momento em que a abraçou lhe apertando contra o corpo, bem como lhe ofereceu um cálice de vinho. Em seguida, ele levou a mulher à uma mata  e agarrou a mulher, tirou as roupas dela e manteve relação sexual. Depois disso, pediu para a vítima subir na moto e deixou-a em frente à casa dela”, consta no processo.

Na época da prisão, Giunaldo foi apresentado à imprensa pela Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher). Na data, a delegada responsável pelo caso, Rosely Molina, informou que havia dois processos em fase final de duas vitimas, uma de 51 e outra de 23 anos, contra o suposto ‘Pai de Santo’. A condenação refere-se a mais velha. 

O homem espalhava folhetos oferecendo trabalhos espirituais, financeiros e sentimentais e esperava a resposta das mulheres. Com esse argumento, ele convencia as mulheres a irem a lugares ermos, onde o homem dizia ter encarnado o “Exu sete flechas” e exigia a conjunção carnal para “abrir o caminho” delas.