Esposa confessou crime e alegou legítima defesa

A família de Givaldo Domingues da Silva, 43 anos, servidor da Agetran que foi morto pela esposa no último dia 5 de maio, negou que a vítima discriminasse o filho de 15 anos e contesta a versão dada por Kátia Regina de Castro, 42 anos, em depoimento no qual ela confessou o crime. Segundo familiares, a motivação do crime não pode estar relacionada a suposta homofobia de Gilson, uma vez que ele aceitava a orientação sexual do filho.

“O meu primo assumiu a opção sexual dele em agosto do ao passado. Claro que no início foi um golpe para o meu tio, mas depois ele foi assimilando, mas nunca demonstrou desgosto. Até mesmo quando ele estava se separando da Kátia, ele falou para a minha avó que se o filho deles preferisse, poderia morar com ele”, afirmou o serralheiro Evandro Fermino Dallo, sobrinho da vítima.

De acordo com o depoimento de Kátia, o servidor foi morto enquanto o casal discutia sobre o filho – segundo ela, Gilson queria expulsar o filho de casa e em meio a uma briga, ela teria usado uma faca para se defender do marido. Ela foi indiciada por homicídio doloso qualificado e por ocultação de cadáver, mas responderá pelos crimes em liberdade até seu julgamento, por ter evitado o flagrante e colaborado com as investigações e possuir emprego fixo. Até o momento, o delegado responsável pelas investigações não pretende pedir a prisão preventiva da acusada.

Esta condição, a propósito, despertou a indignação de familiares da vítima, que defendem a prisão de Kátia para pagar pelo assassinato que confessou ter cometido. No entanto, a liberdade é em virtude da legislação que prevê a liberdade para quem cometeu um crime, mas que não é preso em flagrante.

Segundo o sobrinho de Givaldo, o serralheiro Evandro Fermino Dallo, Kátia, desde o desaparecimento do marido mostrava-se muito fria e procurava manipular os familiares. “Ela falava que o meu tio deveria estar na companhia de outra mulher, não deixava a gente postar nas redes sociais e também relutou muito em fazer o boletim de desaparecimento” afirmou.

Além disso, segundo informações de Evandro, Kátia não está morando na residência onde vivia com o marido. “O advogado dela foi quem a orientou a se mudar, pois alega que ela estava sendo ameaçada, mas isto não existe”, aponta.

Uma outra certeza da família, é que Kátia não teria agido sozinha para cometer o assassinato. Uma prova disto, seriam as imagens da câmara do posto de combustíveis, onde duas pessoas aparecem empurrado a moto que era de Givaldo.Família nega homofobia e pede prisão da esposa que matou servidor

O caso

O corpo do servidor da Agetran foi encontrado às margens da BR-262 entre a saída de Sidrolândia e Indubrasil.
Givaldo estava vestindo camiseta clara, tênis e calça de linho clara e no corpo, que estava em avançado estado de decomposição, foram encontradas marcas de tiros e facadas.

A esposa de Givaldo tinha registrado um boletim de ocorrência do sumiço do marido na 6º Delegacia de Polícia Civil da Capital.

O sobrinho de Givaldo, Evandro Firmino, de 33 anos, disse ao Jornal Midiamax que no dia em que desapareceu, o tio passou em sua oficina por volta do meio dia de sábado, dia 4, para fazer o pagamento de um moai que participava.
Ainda de acordo com ele, naquele dia o tio tinha recebido o salário e iria fazer pagamentos como era de costume. Givaldo estava em sua motocicleta Shineray vermelha, que desapareceu.

Depois de se apresentar à polícia e confessar ter matado o marido, o servidor da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) Givaldo Domingues da Silva, de 43 anos, Kátia Regina de Castro, de 42 anos, contou que cometeu o crime para defender um filho do casal, que segundo ela, não era aceito pelo pai por ser homossexual. Givaldo foi encontrado morto no dia 11 de maio em uma vala na região da Gameleira, em Campo Grande.