Caso estava na 7ª DP 

O assassinato de Maickon Alves Marques e Reinan Felipe Vieira de Oliveira, ambos de 22 anos, a partir de agora é investigado pela DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios). Os dois amigos foram mortos a tiros no dia 27 de julho, enquanto estavam em um Uber no Jardim Carioca. O motorista do veículo também foi atingido e permanece internado na Santa Casa.

Maickon era investigado pela morte de Joaquim Rodrigues de Oliveira, de 58 anos e seguia para o escritório do advogado, para conversar sobre o caso, quando foi assassinado. O Uber, modelo Peugeot 207, em que os amigos estavam, foi fechado por uma caminhonete Hilux preta, uma motocicleta Tornado e um veículo de cor laranja. Vários disparos foram feitos contra o carro.

Os dois morreram na hora e o motorista, atingido por três tiros, um deles na coluna, foi socorrido para a Santa Casa. O sobrevivente do atentado continua internado na enfermaria do hospital, recebe tratamento com antibióticos e também passa por fisioterapia. Por conta do ferimento, é possível que a vítima perca o movimento das pernas, mas ainda não confirmação médica sobre isso.

No dia do crime, cápsulas de calibre .380 e calibre .12 foram encontradas pela polícia no local e o caso foi enviado para a delegacia de área, a 7ª Delegacia de Polícia Civil. Segundo a delegada Christiane Grossi de Araújo Rocha por conta da complexidade, foi determinado que as investigações serão feitas pela DEH, com coordenação do delegado Márcio Obara.

Entenda

O crime em que Maickon estava envolvido pode, conforme informações preliminares, ser a motivação para a execução. Toda a história começou bem antes do crime. Maycon e os amigos tinham o hábito, segundo testemunhas, de efetuar disparos na rua em que morava, a Caravelas. A situação assustava moradores, entre eles o filho de Joaquim. No dia 23 de julho, preocupado com o neto, o motorista de 58 anos resolveu ir conversar com os vizinhos.

Segundo as investigações, foi Maycon quem atendeu Joaquim. O motorista pediu para ele parar com os disparos e assim começou uma discussão. Antônio Marques, de 72 anos, avô do rapaz teria saído de casa municiando um revólver e antes mesmo de continuar a conversa disparou a primeira vez contra o vizinho.

Foram três tiros, mas mesmo ferido, Joaquim reagiu e atirou contra Antônio. Atingido na cabeça, o mecânico morreu na hora. Vendo o avô morto, Maycon tomou o revólver dele, chutou o motorista e fez mais dois disparos contra ele, que também não resistiu.

A principal testemunha do crime, é a filha de Joaquim, de 20 anos. Ela acompanhou o pai até a casa onde tudo aconteceu e tentou socorrer ele quando Maycon se aproximou, mas foi obrigada a sair de perto pelo rapaz de 22 anos, que disparou duas vezes em sua direção para evitar que ela se aproximasse.

Para fugir dos autores, a jovem saiu do local de carro, mas acabou se envolvendo em um acidente duas quadras depois, foi socorrida pelos militares que iam atender o duplo homicídio e voltou ao local, onde foi agredida por familiares de Antônio e teve o dedo quebrado.Execução de dupla em Uber será investigada por delegacia de homicídios

Ainda durante a perícia no local, o irmão de Joaquim, um policial militar reformado, chegou a residência, armado e muito nervoso. Ele foi preso por agredir uma das moradoras da casa e por estar com o porte da arma vencido. A mulher de 46 anos afirmou que foi agredida com um tapa na cara e ameaçada de morte pelo homem, mas para a polícia o militar negou.

Ele contou que chegou com arma em punho, foi impedido de se aproximar do corpo e acabou empurrando as pessoas. O caso, na época foi registrado como vias de fato e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

No dia em que morreu, Maickon teria se apresentado na 4ª Delegacia de Polícia Civil, mas não chegou a ser ouvido. Para o advogado Amilton Ferreira de Almeida, que defenderia Maycon no caso, familiares do rapaz relataram que desde o dia 23 vinham se sentindo ameaçados. “Eles contaram que caros estranhos estavam passando com frequência em frente à casa deles. Estavam se sentindo ameaçados”.