Lugar em hospital só surgiu quando ela já havia morrido

A menina Luiza Oliveira Custódio Martins, de 2 anos, morreu antes de conseguir uma vaga na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Depois de passar pelo atendimento no Hospital São Lucas, onde ela deu entrada com febre e muito líquido nos pulmões, após passar mal na escola em que estudava nesta quinta-feira (9), a criança aguardou pelo menos duas horas e morreu antes de ser transferida.

Segundo relato da mãe de Luiza à polícia, a menina foi deixada durante a manhã na escola, que fica na Avenida Júlio de Castilho. Já por volta das 14h30, funcionárias do colégio entraram em contato com o pai da criança, informando que ela teve febre e foi medicada com paracetamol. Às 15 horas, ele buscou a filha no colégio e a levou ao hospital, sendo que a criança estava bastante ofegante.

De acordo com a polícia, no hospital foi feito procedimento de aspiração das vias aéreas superiores. O líquido retirado tinha vestígios de sangue e também algo semelhante à achocolatado. O que levantou a suspeita de que a menina possa ter engasgado com esse tipo de bebida.

Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) do momento em que o e-mail solicitando a vaga na UTI infantil foi enviado para a central de regulação, até a confirmação de uma vaga zero para a menina, levaram duas horas.

Ainda conforme a secretária, a vaga zero foi à segunda alternativa para o caso, já que nenhum dos hospitais da Capital possuía vaga na UTI infantil. A solicitação foi enviada para a Santa Casa, Hospital Universitário e também ao Hospital Regional e, de acordo com a Sesau, todos os leitos estavam ocupados.

A saída então foi à vaga zero, mas assim que a regulação entrou em contato com o Hospital São Lucas, foi avisado que Luiza havia morrido há poucos minutos.“Todos os protocolos de solicitação foram respeitados, mas infelizmente, mesmo com a celeridade dada ao caso, não foi possível a remoção”, escreveu a secretaria em nota. Mesmo se a menina fosse transferida para a emergência de um dos hospitais da Capital, não era garantia que conseguiria a vaga na UTI, conforme o procedimento padrão, assim que chegasse na unidade, ela ainda iria passar por uma nova avaliação

O corpo da menina foi levado para o Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal), onde passou por exames e foi liberado para a família. O velório de Luiza aconteceu nesta tarde. Abalada com a morte da menina, a família não quis conversar com a reportagem do Jornal Midiamax. O corpo da menina foi sepultado nesta tarde.

Confira a nota da Sesau na íntegra:

A paciente estava no Hospital Infantil São Lucas (privado) e entubada. O intervalo de tempo entre a solicitação de remoção para o CTI e a liberação da vaga zero foi de menos de 2 horas. Segundo informações do setor de regulação, todos os hospitais da rede foram consultados e diante da negativa de vaga, o setor de regulação autorizou o caso como vaga zero.

Todos os protocolos de solicitação foram respeitados, mas infelizmente, mesmo com a celeridade dada ao caso, não foi possível a remoção.