Departamento de Operações de Fronteira completa 30 anos em maio

Ao assumir o comando do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) na manhã desta sexta-feira (3), o coronel Kleber Haddad Lane ressaltou que pretende reforçar o setor de inteligência para melhorar ainda mais os resultados no combate aos crimes de fronteira em Mato Grosso do Sul. O oficial estava no comando de Policiamento Especializado da PM-MS.

Pouco antes do início da cerimônia de posse, realizada na sede do Departamento, em Dourados, a 228 quilômetros de Campo Grande, o coronel Haddad reconheceu ao Jornal Midiamax que não é fácil atuar no policiamento dos 1.400 quilômetros de fronteira entre o Estado e os países vizinhos Bolívia e Paraguai, trabalho que o DOF desempenha desde o dia 28 de maio de 1987, quando foi criado sob o comando do lendário coronel Adib Massad, hoje com 87 anos, denominado à época como GOF (Grupo de Operações de Fronteira).

ÂNIMO

“Já estive aqui no ano de 2001 e 2002 e eu acho que tenho que me adequar agora à nova realidade do Departamento, que tem uma área de atuação extremamente complicada. As estradas vicinais antigamente não eram asfaltadas, os meios de comunicação hoje são muito mais fáceis, então nós temos que trabalhar com muita inteligência”, ponderou o militar.

Formado Aspirante da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul em 1993 pela Academia de Policia Militar do Estado de Minas Gerais, o experiente oficial defende um contínuo trabalho de aperfeiçoamento. “Temos que aperfeiçoar sempre, através de equipamentos, materiais, meios de comunicação. Nossa sede também está um pouco defasada, e vamos trabalhar para que a gente tenha o maior ânimo possível para trabalhar nessa fronteira”, destacou.

Para o novo comandante do DOF, aumentar o trabalho de inteligência é fundamental para vencer seu principal desafio, que segundo ele é: “bloquear esses 1.400 quilômetros de fronteira seca, impedir o tráfico de drogas que está crescendo a cada hora e combater todo tipo de criminalidade existente nessa fronteira. Nós temos infelizmente o privilégio de ter essa fronteira entre Paraguai de um lado e Bolívia do outro”.

AMIGO

Haddad assumiu o posto que nos dois anos recentes foi ocupado pelo também coronel Ary Carlos Barbosa, agora destacado para atuar na Superintendência de Segurança Pública da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). Ex-comandante do 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar), de Dourados, o oficial garante que a segunda maior cidade do Estado terá um importante amigo na Capital.

“Podem esperar de mim um parceiro, amigo. É um desafio para mim também, sempre trabalhei em função operacional e agora uma função burocrática, mas pode esperar um amigo lá. Dourados tem o secretário de Segurança Pública, o subsecretário que é o Carlinhos [delegado Antônio Carlos Videira, secretário-adjunto da Sejusp] e agora o coronel C. Barbosa”, pontuou.

O ex-comandante do DOF avaliou ter uma avaliação “altamente positiva” do período à frente desse Departamento. “Foram dois anos de bastante trabalho, bastante dedicação, transpiração, inspiração, motivação, inovação, e agora no final contentamento com o resultado obtido pelo trabalho”, disse.

EXEMPLO

Para José Carlos Barbosa, secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, essa mudança de comando no DOF é positiva. “Quem se despede é o coronel Ary Carlos Barbosa, tem 27 anos de Polícia Militar, quatro anos comandando o 3º Batalhão de Polícia em Dourados, dois anos comandando o DOF, prestou um grande trabalho, tanto que assume a Superintendência de Segurança Pública em Campo Grande. E o coronel Haddad também, 24 anos de Polícia Militar, ocupou diversas posições de comando, atualmente comandando as polícias especializadas do nosso Estado, então preparado para essa missão e eu não tenho dúvida nenhuma que o coronel Haddad irá dar continuidade e aperfeiçoar cada vez mais o trabalho do Departamento de Operações de Fronteira”, afirmou.

Segundo o titular da Sejusp, a ida do coronel Barbosa para Campo Grande terá reflexos positivos para o DOF. “A Superintendência faz o trabalho de supervisão, principalmente dos trabalhos da polícia a ela ligada, toda área de segurança pública, principalmente o DOF, que está subordinado à Superintendência de Segurança Pública. Nós esperamos que ele faça essa a integração dessas polícias especializadas com as outras áreas de segurança pública do nosso Estado e com a interface do Ministério Público, do Judiciário e com a própria sociedade”, revelou.

“O DOF se apresenta cada vez mais como uma polícia especializada que se constitui em exemplo para o Brasil e referência internacional pela produtividade, pelo resultado, pelo desempenho e pelo comprometimento no combate ao crime organizado, principalmente os delitos transfronteiriços, o tráfico de armas, de munições, de pessoas, o contrabando, o descaminho, são ações que dilapidam tanto no aspecto econômico quanto no aspecto social e o DOF cada vez mais se apresenta como essa polícia que presta a população uma resposta rápida no combate a esses crimes”.