Paciente iniciou parto nos elevadores da Santa Casa

Uma equipe do Corpo de Bombeiros procurou a Polícia Civil para denunciar a omissão de atendimento por uma obstetra de plantão, de 40 anos, da Maternidade Cândido Mariano, na madrugada de domingo (26). A gestante de 25 anos teve de ser levada à Santa Casa e deu início ao parto nos elevadores.

O Corpo de Bombeiros foi acionado, por volta das 3h40, para atender uma gestante no oitavo mês, que estava em trabalho de parto, com perda de líquido amniótico.  Os militares encontraram a grávida, que é deficiente auditiva, no banheiro da residência.

Houve dificuldades na comunicação entre a equipe de socorro e a paciente, mas por intermédio da sogra e do cartão do pré-natal constataram que ela estava no oitavo mês de uma terceira gestação.

Ainda conforme o cartão, a segunda gestação da vítima havia sido de risco, ocorrendo parto normal prematuro (menos de sete meses), e que no momento a gestante estaria sentindo os mesmos sintomas da gestação anterior.

Durante o atendimento, na residência, a paciente não soube informar se houve perda de líquido amniótico, porém que houve perda sanguínea.

A gestante foi levada para a viatura e o transporte regulado à maternidade Cândido Mariano.

Assim que a equipe chegou na recepção foi informada que a gestante não seria recebida pela equipe médica, pois só haviam duas plantonistas.

Os militares explicaram que se tratava de uma regulação da central de vagas e pediu que a recepcionista informasse a obstetra de plantão.  Porém, a médica mandou recado de que não receberia a paciente.

A gestante pediu para usar o banheiro, e no mesmo momento iniciou-se a “metrorragia” aparente e intensa, não deixando mais dúvidas de que a gestante estava em trabalho de parto.

Mais uma vez, a equipe pediu a recepcionista chamasse a médica para que ao menos atendesse a guarnição de serviço e avaliasse a situação da gestante. Mas a médica se negou pela terceira vez.

A equipe do Corpo de Bombeiros chegou a pedir uma intermediação da Central de Vagas, e a resposta foi de que a gestante teria de ser levada à Santa Casa. Diante da omissão, da médica, a equipe perdeu 20 minutos na maternidade.

Assim que a equipe chegou à Santa Casa, o bebê começou a nascer na entrada dos elevadores, e no terceiro andar, na sala de parto o procedimento foi terminado.

Embora a equipe esteja capacitada para realizar partos normais de emergência, os procedimentos realizados com a estrutura hospitalar e amparo das equipes médicas e de enfermagem são consideravelmente mais seguros e saudáveis, para mãe e o bebe, diminuindo os riscos de complicações e até mesmo morte.

Ainda conforme o boletim de ocorrência, o bebe não está gozando de plena saúde e permanecerá internado por pelo menos 10 dias.

O caso foi registrado como tentativa de aborto por terceiros sem o consentimento da gestante na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), do Centro.

O Jornal Midiamax tentou contato com o Hospital, mas as ligações não foram atendidas.