No último dia 2 ré se recusou a enfrentar o júri

Usando como justificativa evento da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, a defesa de Thamara Arguelho de Assis, 22 anos, acusada de matar a tiros a adolescente Victoria Correia Mendonça, 18 anos, no dia 19 de julho de 2016, pediu à Justiça que adie o julgamento da ré.Alegando compromisso, defesa de Thamara pede que julgamento seja adiado

“É que foi agendada para o próximo dia 18 de agosto, às 08h30, reunião ordinária do Conselho Superior da Defensoria Pública, sendo que este subscritor fora empossado no cargo de Conselheiro, razão pela qual não poderá promover a defesa de Thamara no Júri designado para a mesma data”, explica o requerimento.

No último dia 2, Thamara decidiu não comparecer ao próprio julgamento pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. O pedido feito a próprio punho foi aceito pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos dois dias depois. Para o magistrado, a decisão da jovem é reflexo do direito de silêncio

.A acusada está recolhida no Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jona Giordano”, de Corumbá, a 444 km de Campo Grande. Além de aguardar o julgamento, presa, e colecionar passagens desde 2011, quando ainda era uma adolescente, Thamara foi condenada recentemente, no último dia 5 de junho de 2017, a um ano e oito meses de restrição de fim de semana, por tráfico de drogas praticado em 2013. O regime da pena é aberto, mas está sendo cumprido fechado.

‘Eu já matei um’

Um mês após ser presa em Campo Grande, Thamara agrediu uma agente penitenciária durante uma consulta médica no Estabelecimento Penal Feminino Irmã Zorzi. A servidora afirmou que a jovem estava nervosa, gritava para ser atendida e falava “que não tinha tempo para ficar esperando”.

Já na supervisão, Thamara negou ter gritado e que não seria ‘comunicada’ por isso, mas que se precisasse daria motivo para a advertência. “Eu já matei um, não tenho medo não. Eu vou dar motivo para você me comunicar”, ameaçou a interna.

Filha na prisão

Thamara deu à luz a uma menina, no dia 19 de janeiro, o parto ocorreu em Corumbá – onde a acusada está presa atualmente. À época, o juiz entendeu que Thamara deveria continuar presa para garantia da ordem pública, a preservação da instrução criminal e a fiel execução de eventual condenação criminal.

No mesmo documento, o juiz decidiu que os agravantes do crime, deverão ser melhor analisados e julgados pelo Conselho de Sentença no dia do júri. Para o MPE, ela agiu por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima, pois atacou a vítima a tiros na porta da casa.

Segundo a Agepen (Agência Estadual de Administração Sistema Penitenciário), o “Espaço de Convivência Mãe e Filho”, nome oficial do projeto, tem capacidade para 10 custodiadas e é todo decorado, proporcionando um ambiente lúdico às crianças, o que diminui os impactos do ambiente prisional.

Morte de pivô

Weverton Silva Ayva, de 26 anos, o ‘Boneco’, foi assassinado quando saía do Presídio Semiaberto em Campo Grande. Ele é considerado o ‘pivô’ do assassinato de Vitória

No dia 15 de setembro, por volta das 6h, Weverton já estava a aproximadamente 100 metros do presídio e buscava a motocicleta para ir embora, quando um carro branco passou por ele e os ocupantes atiraram várias vezes. Cinco tiros atingiram o rapaz, que foi socorrido, mas morreu antes de ser transferido Santa Casa.

Caso

O crime aconteceu na madrugada do dia 19 de julho na Rua Luiz Bento, Vila Popular, região oeste de Campo Grande. A vítima foi chamada, por Thamara, no portão da residência e recebida a tiros.
Vitória e Weverton tinham terminado um relacionamento há aproximadamente seis meses, quando a suspeita começou a namorá-lo. Conforme os vizinhos, que também fizeram a mesma declaração à polícia, as duas ‘trocavam farpas’ pelo Facebook.

O inquérito sobre a morte de Victória Correia Mendonça foi concluído no dia 29 de julho, pela delegada Rozeli Dolor, da 7ª Delegacia de Polícia Civil.

O júri está marcado para 18 de agosto, às 8h, no Fórum de Campo Grande.