Pedreiro confessa morte de jovem em bar e diz que queria ‘dispersar’ tumulto

Pedreiro diz que não tinha intenção de matar

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Pedreiro diz que não tinha intenção de matar

Hemetério de Jesus Serem, de 58 anos, suspeito de matar o jovem Matheus Lopes da Silva, de 18 anos, com um tiro na manhã do último sábado (12) apresentou-se na tarde desta terça-feira (15) na 5ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande. Durante depoimento, disse à polícia que ganhou a arma usada do pai e não tinha intenção de matar o jovem.Segundo ele, queria apenas dispersar um grupo e encerrar um tumulto. 

Conhecido como Gurizinho de Aquidauana, Hemetério contou à polícia que trabalha como pedreiro, mas por conhecer o dono do bar onde o crime aconteceu desde os 13 anos, costumava ajudá-lo no atendimento no balcão. Desde que foi agredido no estabelecimento em julho do ano passado, ele passou a carregar uma arma que ganhou do pai, antes que ele morresse.

Segundo o delegado João Reis Belo, responsável pelo caso, Hemetério contou que no dia do crime tudo começou quando cerca de 4 a 5 rapazes começaram a brigar do lado de fora do bar e em determinado momento correram para dentro do local para esconder-se. O delegado conta que ele disse que ainda tentou conter a confusão, mas Matheus, a vítima, teria pegado uma bola de sinuca e lançado em sua direção.

Depois disso, o jovem teria quebrado uma garrafa de cerveja e caminhado em direção ao pedreiro para feri-lo. Foi então que Hemetério pegou a arma que estava escondida embaixo do balcão e efetuou o disparo. O delegado conta ainda que, segundo Hemetério, ao perceber que o jovem tinha morrido com o tiro que atingiu seu tórax, ele ficou com medo de ser agredido por outros participantes da briga por isso fugiu em um táxi, mas antes jogou a arma fora.

O pedreiro ressaltou que a arma possuía apenas a bala que atingiu Matheus e não sabe informar o calibre por não entender de armamento. Durante o depoimento do pedreiro, que é casado e possui um filho, ele explica que não tinha a intenção de atingir o jovem, apenas se defender e dispersar as pessoas e acabar com a confusão no local.

“Eu estava trabalhando como uma pessoa honesta para pagar minhas dívidas e ter uma vida melhor. Eu não sou um mal elemento. Eu queria atirar em uma tábua, mas quando vi o rapaz já estava com a mão no peito e caindo no chão e em seguida as pessoas correndo atrás de mim. Então joguei a arma e entrei no táxi”, explica o pedreiro chorando.

O delegado João Reis Belo salienta que buscas estão sendo feitas para localizar as pessoas envolvidas na briga no dia do crime para que elas também sejam ouvidas. Hemetério não possui antecedentes criminais e será indiciado por Homicídio Doloso, mas por ter passado o tempo do flagrante responderá pelo crime em liberdade.

Versão do proprietário do bar

O proprietário do bar Cláudio Pereira da Silva, de 51 anos, foi ouvido novamente nesta tarde. Durante seu depoimento ele contou que conhece Hemetério desde que tinha 13 anos e que paralelo aos serviços como pedreiro, Hemetério costumava ajudá-lo no bar. Mas Cláudio diz que desconhece que o fato de o pedreiro andar armado.

Em relação a briga, o proprietário diz que viu o momento em que um homem chamado Damião entrou correndo dentro do bar e se escondeu no banheiro. Em seguida várias outras pessoas chegaram procurando o homem. Cláudio disse que depois de várias tentativas conseguiu retirar Damião e o levou para a cozinha. Neste momento ouviu um disparo.

Ao sair para ver o que havia acontecido, o proprietário disse que encontrou Hemetério, que fez um sinal para que Cláudio não falasse nada e correu para pegar o táxi.

Sobre o incêndio no bar, Cláudio conta que depois de ter lavado o local para tirar as marcas de sangue ainda pensou em dormir lá, mas foi impedido pela esposa e pelo irmão. Depois foi informado que o estabelecimento havia sido incendiado.

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