Polícia prendeu dona do local e libertou garotas de programa

Depois de passar aproximadamente três meses enclausurada em um prostíbulo no município de , a 272 quilômetros de Campo Grande, uma ex-funcionária escapou do local e procurou a polícia para denunciar a situação de escravidão sexual que ela e outras mulheres enfrentavam. O caso resultou na prisão de Dulcelina Vicente, de 48 anos, apontada como cafetina, na quinta-feira (2).

A operação só foi divulgada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (8). Segundo informações da delegacia da cidade, o crime de exploração sexual começou a ser investigado em março, depois que a ex-funcionária foi até a unidade relatar as atrocidades que viveu no período que foi mantida em cárcere privado no local.

Nas palavras dela, foram cerca de três meses sendo explorada sexualmente e sem poder ver uma filha, já que era proibida pela dona do prostíbulo. Em depoimento a mulher relatou que às vezes, aos domingos, Dulcelina liberava as visitas.

A vítima ainda contou que conseguiu escapar do estabelecimento e casou, por isso resolveu denunciar a mulher. Equipes de investigação da delegacia passaram a monitorar o prostíbulo e no dia 2 de junho, com o mandado de prisão para Dulcelina expedido pela justiça do município e também um mandado de busca e apreensão, foram até o local.

No imóvel os policiais encontraram outras duas vítimas. As mulheres eram obrigadas a manter relações sexuais com os clientes desde a hora que o local abria, às 13 horas, e ainda beber com eles a mesma garrafa “para acabar logo e forçá-los a comprar mais bebidas”.

Elas ainda contaram que todo o dinheiro que ganhavam no programa, que custava R$ 150, era entregue para a cafetina e se precisassem de algo tinham que pedir para ela, situação que caracteriza exploração sexual.

Além disso, os policiais encontraram porções de maconha, preservativos novos e usados espalhados pelos cômodos e dinheiro proveniente do crime. Dulcelina foi presa e encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil de Ivinhema, onde aguarda vaga para ser transferida ao presídio.

Conforme a polícia, em algumas ocasiões a Polícia Militar foi acionada para ir até o estabelecimento para atender ocorrências de perturbação da tranquilidade, mas que em sua maioria encontravam carros com som alto parados em frente do imóvel.

O prostíbulo também já foi vistoriado em outra oportunidade. Na época, que não foi informada pela polícia, os investigadores também encontraram sinais de exploração de sexual.