Segunda ataque da semana

No fim da manhã desta quarta-feira (03), índios Guarani-Kaiowá sofreram um novo ataque, segundo a (Fundação Nacional do Índio) no acampamento Kurussu Ambá, em , distante 395 quilômetros de Campo Grande. A coordenação da Fundação de Ponta Porã afirmou que pistoleiros avançaram sobre as casas, indígenas foram expulsos e barracos incendiados.

São várias fazendas na fronteira com o Paraguai reivindicadas como tradicional pelos Kaiowá. Hoje, segundo o coordenador regional da Funai em Ponta Porã, Elder Paulo Ribas da Silva, um novo ataque foi registrado na Fazenda Guapey, por volta das 10h. “Homens armados em veículos avançaram sobre os acampamentos empurrando e tirando as famílias das barracos. Eles expulsaram eles, e queimaram todas as coisas dos indígenas”, afirma.

O acampamento Kurussu Ambá é composto de três acampamentos distribuídos em fazendas como Nossa Senhora Auxiliadora, Bom Retiro, Guapey, Barra Bonita, Cambará.

O ataque de hoje é o segundo desta semana, segundo Elder, no domingo outro ataque foi registrado. “Um grupo de pessoas em caminhonetes expulsaram os indígenas da Fazendo Bom Retiro e atearam fogo em seus pertences”, lembra.

A Funai de Ponta Porã encaminhou ofícios, cita Elder, para Polícia Federal, Ministério Público Federal, Secretaria de Segurança Pública Nacional e Secretaria de Direitos Humanos. “No entanto, até o momento ninguém esteve na área”, disse.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a Polícia Militar de Amambaí, responsável pela área, e recebeu informação de que nenhum conflito foi registrado no acampamento. A Polícia Federal de Ponta Porã disse estar ciente da situação.

Segundo o Sindicato Rural de Amambaí, cidade vizinha a Coronel Sapucaia, não havia ninguém no momento que poderia comentar o assunto. 

Demarcação

De acordo com o Cimi (Conselho Indiginista Missionário), há quase uma década, o acampamento Kurusu Ambá está em processo de identificação e delimitação.

Além dos ataques, os indígenas dessa região têm sofrido uma série de ações judiciais de reintegração de posse, que visam garantir a permanência dos proprietários rurais no local. 

Em março de 2015, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu a decisão de reintegração de posse contra Kurusu Ambá, garantindo a permanência das famílias em parte da área.

Ainda segundo o Conselho, desde 2007, quatro indígenas foram assassinados no local, uma delas, a rezadora Xurite Lopes, de 70 anos.