Investigação continuadeflagrada em junho de 2016.

O Rei das Cestas, que vendia ‘sacolões’ para indígenas em , município a 342 quilômetros de , foi fechado na última terça-feira (6), pela PF (Polícia Federal), em mais desdobramento da Operação Uroboros, deflagrada em junho de 2016. O proprietário do estabelecimento tem participação em uma organização criminosa, que rendeu prejuízo superior a R$ 1 milhão, aos cofres públicos. 

A polícia cumpriu mandado judicial de interdição e lacração, por ordem do MPF (Ministério Público Federal) de Ponta Porã, A 346 quilômetros da Capital.  De acordo com as investigações, o dono participava da quadrilha que praticava crimes de corrupção passiva, falsidade documental e fraudes previdenciárias. 

Eles ainda retinham cartões de benefícios sociais e realizavam saques em prejuízo de indígenas residentes na região de fronteira com o Paraguai. O MPF estima prejuízo aos cofres públicos superior a R$ 1 milhão.

A Operação Uroboros apurou os crimes praticados sob a liderança e coordenação de da Funai, lotado em Amambai. O estabelecimento Rei das Cestas era utilizado para reter os cartões de benefícios sociais e vincular os indígenas a dívidas, além de enganá-los para cometer fraudes previdenciárias e documentais. 

O MPF/MS já denunciou o servidor da Funai e outras 4 pessoas por 23 fatos criminosos. O processo tramita em segredo de Justiça na Vara Federal de Ponta Porã.

REGISTROS FALSOS

Segundo as investigações, realizadas pelo MPF, PF e Ministério do Trabalho e Previdência Social, a organização criminosa registrava falsamente como se fossem filhos de indígenas já falecidos para obter a pensão por morte. Como a prescrição do benefício não corre contra os menores, o grupo conseguia se apropriar de grandes valores, que retroagiam até o óbito do indígena.

A investigação revelou que havia um esquema logístico bem estruturado de transporte de indígenas para confecção de documentos pessoais e para expedição de registros administrativos de nascimento junto à Funai, ideologicamente falsos, que seriam usados perante os cartórios para dar credibilidade aos registros civis tardios.

Em 3 de junho deste ano, a Operação Uroboros foi deflagrada nos municípios de Amambai e Iguatemi com a participação de 80 policiais. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, 14 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de condução coercitiva. O servidor da Funai que liderava o esquema foi cautelarmente afastado de sua função pública e se encontra preso preventivamente.

Se aceita a denúncia pela Justiça, os cinco acusados responderão pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento público materialmente falso, estelionato contra a previdência social, corrupção passiva e promoção, constituição e integração de organização criminosa, com a participação de servidor público.