Delegado que questionou se houve estupro coletivo não é mais titular do caso
Inquérito foi desmembrado por MP-RJ
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Inquérito foi desmembrado por MP-RJ
O delegado Alessandro Thiers, titular da DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática), ficará encarregado apenas da investigação a respeito do vazamento das imagens do estupro coletivo da menor de 16 anos, ocorrido na última semana no Rio de Janeiro. As investigações envolvendo o estupro e seus responsáveis irá para a DCAV (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima), por determinação do Ministério Público, que decidiu desmembrar o inquérito.
A advogada Eloisa Samy Santiago, que defende a menor de 16 anos, comemorou nas redes sociais. “O delegado Alessandro Thiers, da DRCI, não é mais o encarregado pela investigação do estupro coletivo!”, disse, em post no Facebook, sob o título “Vitória das Mulheres”. A defesa da menor afirmava que o delegado estaria conduzindo o interrogatório de forma inadequada.
O MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) já havia se manifestado favoravelmente ao desmembramento do inquérito. Na noite de sábado (28), os promotores do MP se reuniram com as advogadas da adolescente, que fizeram questionamentos em relação às investigações da Polícia Civil e a forma como Thiers vinha atuando no caso, segundo elas, “de forma machista e misógina”.
“Ele perguntou à vítima se ela tinha por hábito participar de sexo em grupo”, contou a Eloisa ao jornal O Estado de São Paulo. “O depoimento teria sido muito mais produtivo sem ele”, disse a advogada, em relação ao segundo depoimento prestado à polícia na noite de sexta-feira (27). Após meia hora de relato, a vítima teria começado a chorar e se dizer envergonhada, o que levou a interrupção dos trabalhos.
No sábado à tarde (28), o delegado Alessandro Thiers e a delegada Cristiana Bento concederam entrevista coletiva à imprensa ao lado do chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso. Durante a entrevista, o caso chegou a ser tratado pelos delegados como “suposto estupro”, e Thiers declarou que a polícia possuía diversas linhas de investigação, inclusive para verificar “se houve ou não estupro”. O chefe de Polícia esclareceu depois que a polícia trabalha com indícios.
Nota – Na nota do MP, o órgão afirmou que “Independente da decisão judicial”, o promotor de Justiça Bruno Lavorato iria expedir ofício pedindo que a investigação sobre o estupro seja conduzida “apenas pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV)” e que as investigações fossem desmembradas, “remetendo-se para a DCAV, Delegacia de Polícia especializada em crimes desta natureza, a investigação do delito de estupro, ficando a cargo da DRCI APENAS o delito de divulgação do vídeo referido;
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