Casos de ‘paixão’ e revólver: brigas de casais policiais já causaram tragédias
Há 1 ano, policial baleou marido que esqueceu remédio do filho
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Há 1 ano, policial baleou marido que esqueceu remédio do filho
Desfechos de discussões envolvendo casais formados por policiais costumam ser trágicos, como o caso da tenente-coronel da Polícia Militar Itamara Nogueira, que matou a tiros o marido, o major Valdenir Lopes Pereira, nesta terça-feira (12), em Campo Grande. Cinco anos atrás, outro caso envolvendo servidores da segurança pública chocou os colegas e a população.
Em 13 de março de 2009 um investigador e uma investigadora da Polícia Civil se envolveram numa relação que também terminou em morte. No caso, o policial foi quem matou a colega.
O investigador da Polícia Civil, Cleidival Antônio Vasques Bueno, o Vasques, como é conhecido, até então figura querida entre os parceiros policiais, matou a investigadora também da Polícia Civil, Elaine Viana Yamazaki.
À época do crime, sete anos atrás, ele tinha 47 e ela 35 anos de idade. Os dois trabalhavam juntos justo na delegacia cuja missão é combater a violência contra a mulher, a Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher).
De acordo com versão do policial, ele teria se envolvido numa relação amorosa com a investigadora, então casada, mãe de uma adolescente, um ano antes do crime.
A vítima, segundo uma das linhas da investigação, não queria mais manter o caso com Vasques, daí a tragédia.
Os dois estariam conversando, no carro de Eliane e, “acidentalmente”, sustentou o policial, sua arma teria disparado. A investigadora morreu no local com um tiro no rosto.
A perícia, contudo, derrubou a versão do policial, indicando que o tiro foi disparado à queima roupa.
De acordo com o processo do assassinato em questão, no dia do crime, Elaine foi abordada pelo colega policial no caminho para a casa. Ela, de carro e sozinha, tinha saído da faculdade onde cursava direito no período da noite.
Vasques, de motocicleta, seguiu a investigadora e a fez parar. No carro, houve uma discussão e o policial matou-a com um tiro no rosto.
Embora o policial tenha dito que o disparo foi acidental, ele deixou a investigadora, já morta, no carro e foi embora. Noutro dia, Vasques foi para a delegacia cumprir o plantão, onde foi preso em flagrante. Por 46 dias ficou detido. Libertado, ele foi trabalhar numa delegacia.
CONDENAÇÃO
A Justiça condenou o policial Vasques, divorciado à época, dois anos depois, em agosto de 2011, a 16 anos de prisão.
Ele ingressou com recurso, conseguiu reduzir dois anos da sentença e cumpre a sentença desde fevereiro de 2014.
Vasques deve obter direito ao regime semiaberto em janeiro de 2019. Com bom comportamento, pela regra, ele passa a cumprir a pena na condicional (uma espécie de liberdade antecipada) em outubro de 2022 e se liberta de vez pelo assassinato cometido somente em outubro de 2022, daqui seis anos.
SORTE
E outros casos comprovam que as discussões entre casais formados por policiais podem facilmente se tornar tragédias. Em 13 de junho do ano passado, em Campo Grande, uma sargento da Polícia Militar baleou o marido, então soldado lotado no BPTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito), no bairro Santo Amaro.
Por sorte, ele sobreviveu. A militar teria atirado no soldado durante uma briga de casal por ele ter esquecido de dar remédio a um filho pequeno, foi uma das versões acerca da briga do casal.
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