Texto destaca amizade entre homens apontados como chefes do tráfico

Um comunicado atribuído à família de , executado na semana passada, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, pede paz e segurança na região e, o que mais chamou atenção, afirma que os parentes não acreditam que Jarvis Ximenes Pavão, preso no Paraguai, tenha algum envolvimento na morte do homem conhecido como “Rei da Fronteira” e apontado como barão do narcotráfico na região.

Pavão, nascido em Ponta Porã, cumpre pena em um presídio de Assunção, capital do Paraguai, onde está desde 2009, quando foi preso, e de onde, segundo afirmam os jornais paraguaios, continua comandando uma quadrilha de tráfico de drogas atuante na região de Fronteira. Logo após a execução de Jorge Rafaat surgiram boatos que Pavão teria encomendado o crime, em associação com facções brasileiras.

Na carta em espanhol atribuída à família de Rafaat, a suspeita é rejeitada e é feito o destaque e os dois tinham boas relações. “Não acreditamos nos rumores de que o senhor Jarvis Pavão esteja envolvido no ocorrido, considerando que eles eram amigos, assim como seus filhos são amigos, sendo sócios de uma empresa produtora de eventos”, diz o texto.

O texto também faz um apelo pelo fim do derramamento de sangue. “Não queremos guerra, e sim, paz para nossa família, nossos funcionários e para toda as famílias fronteiriças.”

A carta destaca ainda as atividades que, segundo a família, Rafaat desenvolvia. “Nós, como integrantes da família da vítima, muito sentidos com o ocorrido que hoje nos enluta, e com tudo o que está se sucedendo após o ocorrido, decidimos manifestar que JORGE RAFAAT era um empresário e fazendeiro, gerador de empregos direta e indiretamente, pagador de seus impostos e sem problemas com a justiça paraguaia.

Clima de guerra

Por fim, o material cobra segurança. “Pedimos que o Governo paraguaio garanta nossa segurança e de nossas empresas, a fim de que todas as pessoas que dependem de seus empregos em nossas empresas possam regressar as suas funções e levar suas vidas normalmente.”, segue o texto.

As empresas da família Rafaat na região, entre elas a revenda de pneus que foi alvo de tiros no dia da morte de Rafaat estão fechadas. Ao todo, são oito firmas.  A reportagem do jornal Midiamax tentou contato com as empresas e com dois familiares, mas ninguém foi localizado.

Ele foi executado com o uso de armamento de guerra, por volta das 18h30 do dia 15 de junho, no centro de Pedro Juan Caballero. Outras duas pessoas morreram. Houve tiroteio e nove pessoas foram presas, entre eles o brasileiro Sérgio Lima dos Santos, ex-militar carioca, que teria ligações com facções criminosas e já foi preso por atuar no tráfico no Rio de Janeiro.