Testemunha diz que cenário parecia ‘filme de faroeste’

A Polícia Civil de Campo Grande investigará a morte do policial civil Dalmir Martins da Silva, de 50 anos, e de Denivaldo Teixeira Santos, de 58 anos, militar do exército. O caso é tratado como homicídio qualificado por motivo fútil e uma discussão por conta de uma carreta teria procovado a morte dos dois homens.

Segundo informações do delegado Sidnei Alberto, da assessoria da Polícia Civil de Campo Grande, o homicídio será investigado pela 5ª Delegacia de Polícia Civil, que atua na região. Consta no boletim de ocorrência que a confraternização na garagem de venda de veículos começou por volta das 13 horas.

De acordo com o delegado, Dalmir e Denivaldo estavam no local desde o princípio e, até o momento, não há informação se eles eram amigos ou se tinham algum tipo de rixa. Por volta das 17 horas, Dalmir saiu da garagem para ir até a casa dele, nas proximidades. Aproximadamente 90 minutos depois, ele retornou à garagem e disse que não conseguiu sair com o carro, pois havia um caminhão parado na frente da residência dele.

Consta no registro policial que o militar Denivaldo disse então ao colega: “se eu fosse você, dava um tiro em cada pneu do caminhão”. O policial civil teria entendido a fala do militar como deboche e respondeu “você está me tirando?”. Assim, os dois começaram uma discussão que, de acordo com o delegado Sidnei, se tornou cada vez mais acalorada, possivelmente em razão das bebidas alcoólicas ingeridas durante a confraternização.

Ainda conforme o boletim de ocorrência, em determinado momento, Dalmir falou para os outros homens que estavam no local “me tira daqui, senão vou atirar na cara dele”, se referindo a Denivaldo. Um funcionário da garagem tentou tirar o policial civil do local, mas Denivaldo acabou indo atrás, com o revólver calibre 38 em mãos, momento em que Dalmir sacou a pistola Taurus .40 e teve início o tiroteio.

Após vários tiros, os dois caíram no chão e morreram no local. De acordo com a Polícia Civil, até o momento não há informação de quantos disparos foram feitos. A Perícia Técnica esteve na garagem de veículos, mas o laudo pode sair em até 10 dias. Também não há informação precisa dos locais do corpo em que as vítimas foram atingidas pelos tiros.

Também de acordo com a assessoria da Polícia Civil, todos os que estavam presentes na confraternização, vizinhos e outras testemunhas serão ouvidos. Dalmir era policial civil lotado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), mas estava afastado por conta de um tratamento médico. No registro policial, não consta a patente do militar do Exército Denivaldo e nem se ele estaria aposentado.

Filme de faroeste

Um trabalhador que atua na região da garagem de veículos contou para a equipe do Jornal Midiamax que a cena do crime parecia um ‘filme de faroeste’. De acordo com o homem, que preferiu não se identificar, o policial civil e o militar do Exército eram conhecidos na região. “Todo mundo aqui conhece os dois, um mora nas proximidades, algumas quadras daqui”.

Também segundo o trabalhador, os dois teriam uma rixa antiga. “Eles estavam ali bebendo desde cedo, os dois são aposentados e eu ouvi que tinham rixa antiga, não sei se é verdade, porque ontem estavam juntos, normal”, disse. A testemunha ainda revelou que populares que estavam nas proximidades se assustaram com o tiroteio. “Não foi um, dois tiros, foram vários. Um atirava, o outro atirava, depois vinha o outro”, contou.

O homem ainda contou que a situação foi perigosa “uma bala perdida poderia alcançar alguém que não tinha nada com a história”. O trabalhador finalizou “igualzinho a filme de faroeste”.