Mudança ‘é comum’, diz PF
Em pleno andamento da maior operação da Polícia Federal contra corrupção em Mato Grosso do Sul, a Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos trocou de chefe. O delegado Marco André Araujo Damato, que conduz a Operação Lama Asfáltica, deixou a titularidade da unidade desde o dia 9 de setembro.
De acordo com o diretor de Gestão de Pessoal do Departamento de Polícia Federal, Luiz Pontel de Souza, desde 9 de setembro quem responde pela delegacia conhecida como Delefin na Superintendência Regional da PF sul-mato-grossense é o delegado Dante Pegoraro Lemos (foto).
A portaria foi assinada no dia 9 e publicada na edição de 11 de setembro de 2015 do Diário Oficial da União.
Segundo a assessoria de imprensa da Superintendência em MS, no entanto, a mudança não tem qualquer ligação com a investigação e faz parte de ‘ajustes de equipe’. “Foi um rodizio de chefias que o superintende faz e é comum”. Damato continua na Delefin como substituto e ainda conduz as atividades da Lama Asfáltica, segundo o órgão.
O atual superintendente regional da Polícia Federal em MS, delegado Ricardo Cubas César, assumiu o cargo em julho de 2015 e, quando chegou, encontrou as investigações da Operação Lama Asfáltica já em andamento. Em Brasília, a PF explica que a mudança é ‘uma decisão discricionária’ do superintendente e não está ligada a nenhum evento ou investigação especial.
Policiais federais aposentados, no entanto, consideraram ‘pouco usual’ a decisão e meio ao andamento das investigações de uma operação com o porte da Lama Asfáltica, que investiga suposto esquema de desvio de dinheiro público por políticos, empreiteiros e servidores durante o mandato de André Puccinelli (PMDB) como governador de MS.
“Ele pode continuar na condução da operação, mas a autonomia nunca é a mesma quando se tem um titular a quem se deve reportar. Acho que, numa situação dessas, com uma investigação de vulto assim em andamento, ficou meio estranho tirar o delegado da chefia”, avalia um servidor aposentado da PF que mora em Campo Grande.
Dante Pegoraro Lemos era chefe da Delegacia de Defesa Institucional e acompanhou recentemente a operação que investigou campanhas difamatórias contra políticos nas redes sociais durante as eleições de 2014 com uso de fakes, perfis falsos, por cabos eleitorais. Ele foi substituído pelo delegado Marcelo Alexandrino de Oliveira.
Outra unidade com chefe novo é a Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários, assumida pelo delegado Antonio Carlos Knoll de Carvalho em substituição a Alice Kazuco Kozima Murayama.
