Empresas desconfiaram de funcionários que apresentavam atestados do mesmo médico

Um homem de 24 anos foi indiciado pelo crime de falsificação de documento público nesta terça-feira (19), em Campo Grande. De acordo com a delegada Ariene Nazareth Murad de Souza Cury, da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Defraudações, Falsificações, Jhonathan da Silva Souza, de 24 anos, vendia atestados médicos falsos por preços entre R$ 20 e R$ 45. Ele costumava comercializar os documentos por meio do aplicativo WhatsApp ou por mensagem de celular.

Conforme a autoridade policial, as investigações começaram em março deste ano, quando duas empresas desconfiaram dos atestados médicos apresentados pelos funcionários. Eles procuraram o médico para saber se o atestado era verdadeiro e o profissional verificou que estava tendo o carimbo e assinatura falsificados em atestados médicos.

“Inclusive o nome do médico no carimbo estava errado. Ele registrou a ocorrência, fizemos as diligências e as perícias necessárias e indiciamos os funcionários das empresas que usaram esses atestados”, explica a delegada.

Os trabalhadores disseram para polícia que compraram o atestado falso de uma pessoa chamada Jhonny ou Jhonathan. Um deles passou o número de celular de quem ele havia negociado. Por meio dessas informações, a polícia conseguiu chegar ao falsificador.

Jhonathan costumava comercializar os atestados por meio do celular usando propaganda ‘ de boca em boca’. Alguém que comprou atestado dele indicava para outra pessoa. O aparelho dele foi apreendido, vai passar por perícia, para polícia identificar pessoas que tenham comprado os atestados falsos.

Na manhã desta terça, foi cumprido o mandado de busca a apreensão na casa e no carro dele. “Conseguimos apreender atestados da rede pública de saúde falsos, receituários da rede pública, carimbos em nomes de três médicos e um carimbado do posto de saúde do Bairro Aero Rancho”, diz Ariene.  

Origem

Segundo a autoridade policial, Jhonathan começou a falsificar os documentos há três anos e que mandou confeccionar os carimbos. Ele começou as falsificações fazendo um documento para uso próprio. Ele obteve uma matriz da rede pública em branco, comprando de um particular.

“De posse dessa matriz ele xerocopiou e fez outros atestados, mandou confeccionar os carimbos em nome dos médicos e falsificava a assinatura. Alguns ele vendia com o carimbo e assinatura com o preenchimento em branco e outros ele mesmo preenchia em nome da pessoa que solicitava”, diz a delegada.

Além do falsificador, três trabalhadores também foram indiciados. A pessoa que compra e faz uso do documento, responde pelo crime de uso de documento falso. A pena é a mesma para quem falsifica, de 2 a 6 anos de reclusão e multa.

A polícia ainda vai investigar de quem Jhonathan adquiriu a primeira matriz, se havia alguém de dentro de algum posto de saúde que fornece ou estava fornecendo a matriz e ouvir os outros dois médicos, já que além do profissional que prestou queixa, foram encontrados dois outros carimbos na casa do falsificador.