Para não ser presa, mulher que torturou rival vai se apresentar à polícia no período eleitoral

Foragida por suspeita de torturar uma adolescente com cigarro, Elizângela Granneman pretende se apresentar à polícia durante o período eleitoral, quando não poderá ser presa, segundo a delegada Rosemar Cardoso Fernandes. A violência aconteceu em Praia Grande, litoral sul de São Paulo, e foi filmada. Em entrevista ao R7, Rosemar, que é titular da DDM […]

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Foragida por suspeita de torturar uma adolescente com cigarro, Elizângela Granneman pretende se apresentar à polícia durante o período eleitoral, quando não poderá ser presa, segundo a delegada Rosemar Cardoso Fernandes. A violência aconteceu em Praia Grande, litoral sul de São Paulo, e foi filmada. Em entrevista ao R7, Rosemar, que é titular da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) e responsável pela condução do inquérito, informou que, nesta sexta-feira (17), o advogado de Elizângela a procurou com a finalidade de combinar uma data para que a cliente compareça à delegacia.

O artigo 236 do Código Eleitoral (Lei 4737/65) determina que “nenhuma autoridade poderá, desde cinco dias antes e até 48 horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto”. Neste caso, mesmo com temporária decretada, a suspeita não poderia ser presa.

Nesta semana, Elizângela resolveu se defender usando a internet. Em vídeo de pouco mais de nove minutos, postado no YouTube, a jovem alegou que não é uma “cobra” e tentou justificar a agressão contra a adolescente. As imagens da violência, motivada por ciúme, espalharam-se pelas redes sociais, provocando revolta entre os internautas.

O pivô da briga seria o então companheiro de Elizângela. Ela argumentou que a vítima é ex-namorada do rapaz e que nunca aceitou o fim do relacionamento. Por esta razão, continuaria a “correr atrás” do jovem.

Sobre o vídeo gravado pela foragida, a delegada considerou a declaração “irrelevante”.

“Este depoimento, para mim, é irrelevante. Primeiro, porque não é oficial. Ela está falando o que quer. Ela está tentando justificar, o que não convence pelo seguinte: qualquer ato, qualquer ação da vítima não justifica a tortura. Se ela [Elizângela] foi ofendida moralmente, se ela foi ameaçada, deveria procurar a delegacia e registrar um boletim de ocorrência para apurar a ofensa, a ameaça. Jamais deveria fazer justiça com as próprias mãos.

Na avaliação da titular da DDM de Praia Grande, Elizângela postou o depoimento na internet “para demonstrar que está à disposição para prestar esclarecimentos”.

“Foi o que o advogado dela falou: “Ela só não quer ser presa”. Ela não quer comparecer à delegacia, porque vou ter que fazer a minha parte [cumprir mandado de prisão temporária].

Em relação à estratégia da foragida de se apresentar durante o período eleitoral, Rosemar minimiza:

“Se for decretada a prisão preventiva, ela vai continuar procurada.

Conforme a delegada, a suspeita vai responder por sequestro, cárcere privado, tortura e roubo, já que teria levado o celular da vítima. O fato de a garota agredida ser menor de idade é um agravante.

“Ai, que delícia!”

Nas imagens da tortura postadas na internet, a agressora bate na vítima, que tem o rosto queimado com cigarro. A adolescente é ameaçada e forçada a se autodepreciar.

Em um dos momentos em que a agressora queima o rosto da jovem, ela fala, em tom de sarcasmo: “Uma marquinha para você nunca mais se esquecer da Elizângela […] Ai, que gostoso! Ai, que delícia”.

Com ferimentos no rosto, a jovem foi obrigada a dizer que não queria mais saber do então namorado de Elizângela.

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