MP denuncia policiais por ação com cena do crime forjada em favela no Rio
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) informou nesta quinta-feira (30) que revogou o arquivamento do inquérito que investigava a morte de cinco pessoas em uma operação da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), das quais duas não tinham antecedentes criminais, em agosto do ano passado na favela do Rola, em Santa Cruz, zona oeste […]
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O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) informou nesta quinta-feira (30) que revogou o arquivamento do inquérito que investigava a morte de cinco pessoas em uma operação da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), das quais duas não tinham antecedentes criminais, em agosto do ano passado na favela do Rola, em Santa Cruz, zona oeste do Rio.
Segundo o MP, os policiais civis Carlos Alexandre Santos, Mauro José Gonçalves e Victor Coutinho Laccarino serão denunciados por homicídio qualificado. Gonçalves e outros cinco policiais, que aparecem em filmagens removendo o corpo de um dos baleados, serão denunciados por fraude processual.
Procurada, a Polícia Civil disse que não vai comentar o caso, porque ele está sob responsabilidade da Justiça. O diretor da Core, delegado Ricardo Barboza, disse que os policiais estão realizando trabalhos administrativos. A reportagem do UOL não conseguiu entrar em contato com os agentes envolvidos na operação.
De acordo com o delegado Glaudiston Galeano, da Corregedoria Interna da Polícia Civil, foi constatado crime porque os policiais alteraram os cenários para forjar autos de resistência. O objetivo da operação no dia 16 de agosto de 2012 era a prisão do traficante Diogo de Souza Feitoza, o “DG”, morto em abril.
Um vídeo feito por agentes da própria Polícia Civil durante operação, veiculado pelo site do jornal “Extra”, mostra policiais mexendo em uma cena de crime e mudando cadáveres de lugar.
Após a divulgação das imagens, a chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, determinou que o caso fosse encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil, que fez o pedido de exumação dos corpos.
A Procuradoria afirmou que os promotores haviam entendido que houve ausência de justa causa para uma ação penal e denúncia dos envolvidos por homicídio. Quanto ao crime de fraude processual, eles concluíram que os policiais não tiveram a intenção de induzir o juiz ou o perito a erro ao remover o corpo, mas sim de socorrer o homem baleado. O juiz responsável pelo caso, no entanto, rejeitou o arquivamento e devolveu os autos à chefia do Ministério Público.
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