O velório do policial civil Dirceu Rodrigues Santo, 38 anos, morto durante uma investigação sobre joias roubadas na noite de terça-feira (28), reuniu mais de mil pessoas na tarde desta quarta-feira (29). Familiares, policiais civis, militares, delegados e rodoviários federais estiveram na capela onde aconteceu o velório. Segundo o presidente do sindicato dos policiais civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol-MS), Alexandre Barbosa a morte do investigador pode ser atribuída a falta de estrutura de trabalho para os agentes de segurança pública no Estado.

Barbosa avalia que uma ação como a que vitimou Barbosa deveria ter a participação de pelo menos cinco policiais. “É um fato lamentável. A Polícia Civil está de luto. Precisamos exigir que o governo do estado comece a olhar com olhos diferentes para a segurança pública.Quantos vão precisar morrer para que o governo tome?”, questiona.

Segundo um policial que veio de uma cidade do interior para o velório, a situação dos agentes nas cidades do interior do Estado é crítica Ele diz que em cerca de 70% das cidades do interior as delegacias possuem apenas um policial no plantão. Ele conta que durante o dias fica apenas um policial e um escrivão para fazer todo o trabalho, atender o público, investigar e fazer os boletins de ocorrência.

Conforme outro policial, nem é preciso ir muito longe, delegacias a menos de 200 quilômetros da Capital enfrentam o problema de falta de efetivo. Ele relata que em outras cidades, os problemas se agravam, pois não é somente a falta de policiais civis. Em algumas, o efetivo policial é um ou dois policiais civis e o mesmo número de policiais militares para fazer a segurança da cidade.

Na Capital, a falta de efetivo também é apontada como um entrave ao trabalho de investigação da Polícia Civil. Os investigadores confirmam que há falta de efetivo, mas afirmaram que a ação que acabou com morte de Dirceu ocorreu dentro dos padrões da polícia. “Não era uma operação policial, senão teriam outros policiais para dar apoio, como na operação de combate aos “flanelinhas” irregulares, na última segunda-feira (27). Era para checar é padrão irem dois investigadores”, diz um dos policiais.