Polícia pede prisão preventiva do motorista embriagado que atropelou 5 pessoas

Rafael foi ouvido e indiciado por tentativa de homicídio por dolo eventual. “O rapaz assumiu o risco de matar ao pegar o volante sem condições e principalmente sem licença para dirigir”, justifica o delegado encarregado.

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Rafael foi ouvido e indiciado por tentativa de homicídio por dolo eventual. “O rapaz assumiu o risco de matar ao pegar o volante sem condições e principalmente sem licença para dirigir”, justifica o delegado encarregado.

O delegado da 6ª DP, Valmir Moura Fé, pediu hoje (10) a ‘prisão preventiva’ de Rafael Freitas da Silva, 18 anos. Ele é o jovem que dirigia embriagado, sem carteira de habilitação e atropelou cinco pessoas na Rua Brilhante, em frente a uma Chopperia, na madrugada de sábado (31/12).

Na data do fato, um outro delegado, plantonista naquele dia, entendeu que tratava- se de uma lesão ‘corporal culposa’, ou seja, um crime de menor potencial. “Mas avaliando o caso, onde cinco pessoas foram atropeladas na calçada (uma ainda está em estado grave), a situação do condutor bêbado ao volante e, ainda, sem habilitação, resolvi enquadrar então como tentativa de homicídio”, afirmou o delegado.

Moura Fé explicou que é uma tentativa de homicídio por dolo eventual. “Isso porque o rapaz assumiu o risco de matar ao pegar o volante sem condições e principalmente sem licença para dirigir”, completou.

Hoje (10) Rafael foi indiciado e ouvido pela polícia. Na saída da 6ª Delegacia, do bairro Tijuca, não falou com a imprensa. Ele estava acompanhado do advogado Valdir Custódio da Silva, que também não falou com os repórteres. Logo após deixaram a Delegacia, eles foram até uma funilaria, na rua Clineu da Costa Moraes, jardim Vila Jussara, mostrar aos agentes da Polícia Civil onde está o Fiat Uno, que era conduzido por Rafael no dia do acidente.

“A gente estava sem informações dele (Rafael) e do carro também. Vamos avaliar também as condições do veículo e provavelmente removê- lo aqui para a delegacia”, informou o delegado.

O que disse o rapaz?

Em tese, o condutor disse que saía de uma festa e estava indo para uma conveniência (justamente a Chopperia onde atropelou as pessoas na calçada). Como não falou com a imprensa, o delegado fez um resumo do depoimento do jovem. “Ele falou que tentou desviar de alguma coisa na rua, mas não soube explicar, na verdade, desviar do quê. A perícia já comprovou que não houve freada nenhuma no local, então entendemos que não foi fechado por ninguém”, traduziu Moura Fé.

Rafael disse ainda à polícia que estava começando a ‘tirar a carteira de habilitação’, que tinha pago apenas a primeira parcela na auto- escola. O delegado revelou que, provavelmente, ele nem tinha começado a fazer aulas ainda.

O laudo conclusivo da perícia de trânsito deve chegar à delegacia na próxima quinta- feira (12) com as circunstâncias do acidente. “Mas já é possível dizer que o motorista estava acima de 60 kms/h, a velocidade permitida naquela via, que estava alcoolizado, sem frisar que não tinha CNH”, complementou o delegado, que revelou ainda que o condutor chegou a dormir na viatura da PM enquanto era realizado o trabalho da perícia no local.

A mãe do autor

A mãe de Rafael, que também prestou depoimento, disse à polícia que estava dormindo e que o filho teria pego o carro escondido. “Mas também vamos ainda avaliar a situação da mãe, pra descobrir se ela tinha ou não conhecimento que Rafael pegou o carro. Se ficar comprovado que ela sabia, a mãe também deverá ser indiciada por permitir uma pessoa não habilitada a dirigir”.

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