Muitas pessoas recebem mensagens dizendo que foram sorteadas e a partir daí caem no “conto do vigário”

“Desconfiar sempre, nenhum prêmio cai do céu, eu não posso ganhar um prêmio se nunca concorri ou comprei um carnê. Mesmo que tenha concorrido é necessário checar a informação, não pelo telefone informado, e sim através da lista telefônica onde consta o nome da empresa”. Esta é uma das orientações da Polícia Civil diante dos inúmeros golpes que estelionatários têm aplicado, via telefone celular, em todo o Mato Grosso do Sul.

O último caso divulgado pelo Midiamax aconteceu no dia 23 deste mês, em Maracaju. Um homem, de 51 anos, recebeu uma mensagem informando que ele teria sido premiado com R$ 85 mil, em contato com o número disponibilizado foi informado que para receber teria de fazer um depósito no valor de R$ 399,99. Policiais militares tentaram alertar a vítima, mas não chegaram a tempo de evitar a efetivação da ação.

No início desta semana, uma moradora de Campo Grande, que não quis se identificar, recebeu quatro torpedos, sequencialmente, com a informação: “(SBT) Domingo legal construindo sonhos. Seu celular foi sorteado com uma casa de R$ 80 mil. Ligue para 0218591407525. Diga: sou mais SBT”.

A mulher disse que sempre recebe mensagens semelhantes, e comenta que não retorna por ter certeza de se tratar de uma tentativa de golpe. “Sempre recebo torpedos do tipo. Nunca participo de promoções, ai penso que deve ser algum presidiário tentando ganhar dinheiro as minhas custas, ou créditos em seu celular”, detalha.

O delegado da assessoria de comunicação da PC, Sidnei Alberto, esclarece que normalmente são detentos que aplicam esse golpe, porém não necessariamente, sendo que algumas vezes, em situações mais elaboradas são pessoas de fora dos presídios.

Como o golpe acontece

Os golpistas, geralmente, se passam por funcionários de empresas que distribuem prêmios. No caso da rede de televisão SBT, alegam que a possível vítima foi contemplada no Baú da Felicidade, Tele sena e outros, da TV Globo, no Caminhão do Faustão, por exemplo.

Inicialmente é recebida uma mensagem, ou até um telefonema onde os estelionatários perguntam o nome de quem atendeu (normalmente são fornecidos o nome e sobrenome). Os golpistas informam que a pessoa ganhou um prêmio de grande valor, e solicitam que seja depositado um percentual (normalmente 10% do valor) para cobrir despesas de despacho ou de firma terceirizada na entrega do suposto prêmio e, finalmente deixam um número de telefone para que a pessoa cheque a veracidade da informação. Tal número é atendido por um dos membros da quadrilha que confirma o prêmio e reforça a necessidade do depósito.

O número da conta fornecida remete a um Estado distante e normalmente em nome de um “laranja”, alguém de cultura simples que recebeu um pequeno valor para abrir uma conta bancária. Quando procurada pelos policiais na investigação, essa pessoa desconhece quem o aliciou para abertura da conta bancária.

Alerta

A pessoa que receber torpedos ou ligações com essas características devem entrar em contato com a Polícia Civil, por meio do site www.pc.ms.gov.br, e no link “Fale Conosco”, fornecer o maior número de dados possíveis. O caso será analisado pela Delegacia de Polícia Virtual e pode ser investigado.

Estelionato

O crime está previsto no art. 171 do Código Penal como: obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento. Pena – reclusão, de um a cinco anos e multa.