A Polícia Civil colheu depoimentos e descobriu que “uma pessoa entrou clandestinamente na casa”, após monitorar a saída de um dos inquilinos e foi direto a casa da sua ex-namorada, que fica nos fundos do imóvel.

Antes mesmo de concluir as investigações de um incêndio que afetou três casas por volta das 17h de ontem (2), na rua Pedro David de Medeiros, bairro Jardim Paulista, em Campo Grande, a Polícia Civil e peritos que voltaram ao local na manhã desta sexta-feira (3), já tem um suspeito do crime e a certeza de que a motivação foi passional.

Depoimentos colhidos pelo delegado João Paulo Natali Sartori, da 4ª Delegacia de Polícia, dão conta de que “uma pessoa entrou clandestinamente na casa”, após monitorar a saída de um dos inquilinos e foi direto a casa da sua ex-namorada, que fica nos fundos do imóvel.

”A adolescente de 15 anos teria terminado o namoro com o suspeito e já estaria com outro. Por este motivo, ele pegou presentes, como uma televisão LCD que ela ganhou do novo namorado, colocou em cima do colchão com roupas e queimou tudo”, acredita o delegado Sartori.

Peritos que estiveram no local para colher provas, como Cícero Wagner Calixto e Antônio César Moreira de Oliveira, também trabalham com a mesma hipótese. “Pela experiência que temos, principalmente em crimes que tenham motivação passional, o autor (a) geralmente vai até o quarto e queima colchão e presentes, onde a vítima estaria com o novo parceiro”, dizem.

Inquilina da casa da frente, Janete Faria da Silva, 38 anos, conta que fazia pouco tempo que tinha saída de casa quando foi avisada do fogo. “Não fosse a vizinha chamar os bombeiros eu tinha perdido tudo o que tenho. A estrutura da casa foi afetada, colchões foram queimados, roupas e objetos com valores afetivos, como a foto da minha filha na formatura”, diz triste a comerciante.

Pouco antes, ela tinha saído de casa para vender espetinhos. “Não tinha muito contato com a menina que morava nos fundos, mas a vi brigando com o ex-namorado na frente de casa. Ele dizia não aceitar o fim e que isso não ia ficar assim, que não veio de Cuiabá para ficar com ela a toa não”, fala a vizinha.

Segundo Silva, ele ainda mandou uma mensagem no celular da adolescente logo depois de cometer o incêndio. “Ele falou pra ela ir correndo para casa porque ele tinha colocado fogo em tudo. Ao receber a mensagem, a menina foi correndo pra casa. Agora isso nos prejudicou também, até os livros da minha filha foram queimados e ela foi para escola hoje só com um caderno”, diz a vizinha.

Encontrado o suspeito, o delegado disse que ele irá responder pelo crime de incêndio criminoso e dano qualificado pelo emprego de explosivo. A pena é de três a seis anos, além da multa.