O deputado federal Vander Loubet (PT-MS) informou hoje (19) que vai procurar o Ministério da Justiça no começo da semana para cobrar o envolvimento da pasta na apuração e identificação das responsabilidades e responsáveis no caso do líder kaiowá guarani de Amambai, Nísio Gomes Neto, assassinado na sexta-feira (18) após um ataque de pistoleiros ao acampamento Tekoha Guaiviry. “É mais um episódio recorrente que não pode ser considerado como fato isolado. Faz parte, infelizmente, de uma sistemática e repugnante onda de intolerância e violência que começou no descobrimento do Brasil e se perpetua nos dias de hoje”, lamentou Vander.

Vander citou outros casos – como os de Marçal Guarany e Marcos Verón – para salientar sua preocupação com os bandidos – “sejam os pistoleiros que executam, sejam os criminosos que pagam a empreitada” – para observar que existe no País um sistema de ações institucionais e políticas capazes de intermediar e até solucionar conflitos por meio do diálogo. “Tanto o governo federal quanto os governos estaduais, os parlamentos e a sociedade civil podem ser o anteparo de garantia aos direitos dos índios e aos direitos de quem jurídica e legalmente adquiriu suas terras para fazê-las produtivas”, esclareceu.

O deputado diz confiar na sensibilidade do ministro José Eduardo Cardozo e nos compromissos do governo da presidenta Dilma com a causa indígena. “Nosso estado, lamentavelmente, é um dos que mais registram violência contra os povos indígenas e a sociedade não pode ficar de braços cruzados e nem escamotear as razões, que são, sobretudo, pela disputa fundiária e por intolerância. É o tipo de situação que não pode mais ser tolerada ou admitida em pleno século XXI”, concluiu Vander.