Cinco trabalhadores acusados de terem ateado fogo nos alojamentos, veículos e repartições no canteiro de obras da usina São Domingos, em Água Clara, foram soltos ontem por meio de ações do setor jurídico do Sinticop-MS (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada de Mato Grosso do Sul).

Eles disseram que apanharam de policiais militares no dia do manifesto, quinta-feira passada (24) e fizeram exames de corpo de delito.

Na manhã desta quarta-feira, os trabalhadores estiveram na sede do Sinticop, em Campo Grande. Representantes da Eletrosul, dona da usina construída, acompanharam os depoimentos. A usina é tocada pelas construtoras Engevix e Galvão, acusadas pelos operários por maus tratos. Ao menos mil homens constroem a usina.

Joel Carvalho dos Santos, 26 anos, carpinteiro, Otair Francisco Clementino, 23 anos, armador, José Alfonso Soares, 22 anos, armador, José Airton de Medeiros, 42 anos, pedreiro e Franklan Ferreira dos Santos, 34 anos, feitor, disseram que não participaram da revolta dos cerca de 800 trabalhadores.

“A polícia chegou depois que tudo pegava fogo e nos pegaram em meio às pessoas como se fossemos culpados. Eles queriam culpar e nos pegaram aleatoriamente”, afirmou Franklin Ferreira. O trabalhador mostrou hematomas nas costas, braços e peito, provocados pelo espancamento, segundo ele.