Os Policiais Federais de Mato Grosso do Sul realizaram um protesto com faixas e até um caixão na frente da Superintendência Regional em Campo Grande, para marcar os 67 anos da corporação.

Os Policiais Federais de Mato Grosso do Sul realizaram um protesto com faixas e até um caixão na frente da Superintendência Regional em Campo Grande, para marcar os 67 anos da corporação. Segundo o presidente do Sindicato da classe em Mato Grosso do Sul (Sinpef/MS), Jorge Caldas, o velório simbólico representa o sucateamento da PF em todo o País causado com corte de repasses.

Os agentes da Polícia Federal questionam o direcionamento de verbas para novas instituições, como a Força Nacional. Segundo Caldas, nunca faltam recursos para as “polícias inventadas”. Ele avalia que o policiamento ostensivo da Força Nacional não impede o avanço do crime organizado em Mato Grosso do Sul.

Uma resolução do governo federal determinou o corte de gastos nas polícias federais de todo o Brasil. Essa resolução deve-se à redução de R$ 50 bilhões no orçamento federal de 2011, anunciado no mês passado pelo Planalto.

A diminuição de recursos em todos os ministérios da União e, consecutivamente, o da Justiça, afetou a área operacional da PF. Viagens, abastecimento e até a formação de novos agentes estão comprometidos, segundo o sindicalista. “O policial federal está sustentando de seu bolso viagens operacionais”, diz Caldas.

Com a diminuição dos repasses, representantes da polícia também alegam que a atuação da PF em eventos como a Copa do Mundo no Brasil em 2014 e as Olimpíadas de 2016 pode ser comprometida. Também foi lembrado que, até o ano do campeonato mundial de futebol, pelo menos 40% do efetivo atual da Polícia Federal em todo o País se aposentará.

Durante a visita do Ministro da Justiça, Jorge Eduardo Martins Cardozo, a Campo Grande, no último dia 25 de fevereiro, o Sindicato dos Policiais Federais entregarou um ofício pedindo auxílio-moradia com o objetivo de incentivar a ida e permanência dos agentes para as regiões de fronteira.

No ofício, também há o pedido para a reforma das delegacias de Ponta Porã e Corumbá. Atualmente, em cada unidade, há 40 profissionais, enquanto o ideal é de 100 agentes, segundo Jorge Caldas.

Em Mato Grosso do Sul existem em torno de 400 policiais federais em delegacias das cidades de Três Lagoas, Naviraí, Ponta Porã, Dourados e Campo Grande. O salário de um agente é de R$ 7 mil e o de um delegado R$ 10 mil, aproximadamente.