Policial preso na Operação Guilhotina iria vender dois fuzis por R$ 150 mil ao tráfico
Entre os policiais preso pela Operação Guilhotina, desencadeada pela Polícia Federal no dia 11 de fevereiro, e que indiciou 45 pessoas, a maioria policiais civis e militares, a do policial civil Leonardo da Silva Torres, conhecido como Trovão, é a mais complicada. Além das acusações de receber R$ 100 mil mensais de dois traficantes para […]
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Entre os policiais preso pela Operação Guilhotina, desencadeada pela Polícia Federal no dia 11 de fevereiro, e que indiciou 45 pessoas, a maioria policiais civis e militares, a do policial civil Leonardo da Silva Torres, conhecido como Trovão, é a mais complicada.
Além das acusações de receber R$ 100 mil mensais de dois traficantes para vazar informações sobre operações policiais e vender armas para o crime, o inspetor foi flagrado em uma interceptação telefônica na qual reclama de um policial por ele não ter “entocado” dois fuzis apreendidos em uma operação. Pelo armamento, Trovão conseguiria R$ 150 mil.
As investigações apontam ainda um desentendimento entre os integrantes do grupo formado por Trovão, pela desconfiança de que estariam sendo investigados, principalmente após uma visita da corregedoria da Polícia Civil.
Em depoimento, o cabo da PM Aldo Leonardo Premoli Ferrari, conhecido como Léo Ferrari, acusa Trovão de ter mandado R$ 20 mil para um informante para que ele “calasse a boca”. O depoimento deste informante foi que iniciou as investigações da Operação Guilhotina.
Segundo o relatório da Polícia Federal, Ferrari disse, em depoimento, ter sido ameaçado por Trovão e que teria subtraído R$ 130 mil durante uma operação policial, quando os agentes eram lotados na Dcod (Delegacia de Combate às Drogas).
Durante interrogatório, o próprio Trovão disse não descartar a possibilidade da negociação de armas e drogas e o fornecimento de informações privilegiadas entre policiais de sua equipe e o traficantes conhecido como Roupinol, ex-chefe do tráfico do Complexo de São Carlos, morto durante uma operação policial em março do ano passado.
O policial também é mencionado nos depoimentos de policiais que integram outro grupo investigado pela Polícia Federal.
O PM Ivan Jorge Evangelista de Araújo, que admite a entrega de produtos apreendidos para moradores do Alemão na ocupação de novembro, assim como aos informantes, em troca de informações. Além disse, ele disse em interrogatório que Trovão usa o nome de Evangelista para pegar “arrego” na favela da Rocinha.
Leonardo da Silva Torres ficou conhecido na polícia do Rio por usar farda camuflada durante as operações em favelas e principalmente por fumar charuto após as operações. O destaque rendeu ao inspetor uma participação no documentário britânico Dançando com o Diabo.
Em uma cena do filme, o policial participa da apreensão de maconha em uma operação na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio. Ao colocar os tabletes da droga em sacos plástico, o policial diz sentir satisfação em “tomar” a droga dos traficantes e acrescenta: “só os bons policiais sentem isso”.
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