Pai e filho foram executados com vários tiros de pistola calibre 9 milímetros na cabeça em uma Rua da cidade paraguaia de Hernandarias. De acordo com a polícia, as vítimas residiam em Pedro Juan Caballero e teriam sido assassinadas por envolvimento com o tráfico de drogas.

Os cadáveres de Ursulino Martínez Domínguez, de 41 anos e de seu filho, Cristian Martinez Fernández, 23 anos, foram encontrados por volta das 6h30min de sábado (22), mas só ontem pela manhã foram reconhecidos pelos familiares. Os dois foram executados com sete e cinco tiros na cabeça, respectivamente, segundo o médico legista Aníbal Duarte.

Uma fonte policial apontou que Cristian Martínez vinha residindo no quilômetro 6,5 da Cidade de Leste, onde tinha uma namorada e que aparentemente trabalhava para o conhecido traficante paraguaio Tomás Rojas. Alícia Pucheta teria sido uma das primeiras pessoas a reconhecer pai e filho.

A residência da família Pucheta, localizada no quilômetro 9 de Monday, na localidade de denominado Balsa Cué, em Presidente Franco, foi invadida no dia 28 de dezembro numa operação chefiada pelo assistente fiscal (auxiliar da Promotoria) Pelágio Ramón González, por ordem Alfredo Acosta Heyn e pelo 1º oficial Luís Vargas, da 6ª Comisaría de Franco, em busca de motos roubadas.

Na batida, o grupo teria se apropriado de 150 mil dólares, 16 quilos de cocaína e armas de guerra, informaram as mesmas fontes. A ‘mercadoria’ pertenceria a um traficante brasileiro. Os investigadores policiais não descartam a possibilidade de as execuções estarem ligadas ao procedimento extorsivo.

Os Martinez teriam sido apontados, segundo as fontes, como informantes da polícia e do Ministério Público paraguaios, delação que culminou com a operação policial. Por esta razão, suas cabeças teriam sido colocadas a prêmio pelo cartel do narcotráfico. A morte de cada um teria sido encomendada por 10 mil dólares.

SANGUE-FRIO

Ursulino Martínez Domínguez e seu filho Cristian foram seqüestrados e levados em um veículo até um local ermo, nas proximidades da estrada que demanda ao autódromo da cidade, cerca de 500 metros fora da estrada, na periferia da cidade. Pai e filho foram algemados, conforme vestígios encontrados nos pulsos das vítimas pelos médicos legistas.

Eles foram colocados um ao lado do outro e fuzilados com tiros na cabeça. O perito do Departamento de Criminalística da Polícia Nacional, Miguel Páez, recolheu do local do crime várias cápsulas deflagradas de uma arma calibre 9 mm. A polícia suspeita que um grupo de extermínio formado por policiais da própria corporação, que trabalha para organizações criminosas, tenha participado das execuções.

Não foi encontrada nenhuma testemunha e, mesmo que exista, ninguém forneceu informações aos investigadores, pelo temor de também acabar morto.