A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira 13 pessoas ligadas a uma quadrilha que traficava animais silvestres, alguns deles em extinção. A operação, batizada de Acamatanga [papagaio-verdadeiro] ocorreu em três estados – Pará, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Quatro pessoas daqui do Estado foram detidas.

A investida contra a organização criminosa, segundo a PF, começou em outubro passada por meio de um inquérito aberto na 1ª Vara Federal de Ivinhema (MS).

De acordo com a assessoria de imprensa da PF, a apuração descobriu que a organização criminosa possui um forte esquema de logística de captura, transporte, cativeiro e revenda das espécies como arara-canindé, papagaios-verdadeiros, tucanos, pássaro-preto e coleiras-do-brejo.

A assessoria informou também que no dia 18 de novembro do ano passado, a PF solicitou auxílio da Polícia Militar Ambiental. A parceria resultou na apreensão de 107 filhotes de aves silvestres que estavam em poder de quatro membros da quadrilha que faziam o transporte dos animais capturados na região de Anaurilândia (MS).

O destino seria Araras (SP) e as prisões ocorreram na Pousada Portal das Águas, às margens do rio Paraná.

Constatou-se ainda que, em decorrência do término do período de “ninhada” das aves silvestres, principalmente papagaio-verdadeiro na região do Parque Estadual da Várzea Rio Ivinhema, em especial no distrito de Amandina, a quadrilha investigada migrou suas atividades de captura das espécies para o município de Jacundá, no estado do Pará.

Por essa razão, no mês de janeiro deste ano, a Polícia Federal de Campo Grande (MS) pediu apoio de forças policiais daquela localidade que efetuaram a apreensão de 47 filhotes de aves ameaçadas de extinção que estavam sendo transportadas por dois componentes da quadrilha para o cativeiro localizado em Guarulhos (SP), também base da organização criminosa.

Acatando representação da Polícia Federal, a justiça da comarca de Ivinhema, cidade distante 297 da capital Campo Grande (MS), autorizou o monitoramento do grupo e, nesta fase da operação, expediu 13 Mandados de Prisão Temporária e 16 Mandados de Busca e Apreensão e 1 Mandado de Condução Coercitiva assim distribuídos:

No Mato Grosso do Sul:

Ivinhema: Cumprimento de Mandado de Condução Coercitiva e de Busca e Apreensão em possível local de cativeiro.

Anaurilândia: 2 Mandado de Prisão Temporária e de Busca e Apreensão.

Taquarussu: 2 Mandado de Prisão Temporária e de Busca e Apreensão.

No Pará:

Goianésia do Pará: Cumprimentos de Mandados de Busca e Apreensão em possível local de cativeiro.

Jacundá: 2 Mandados de Prisão Temporária e de Busca e Apreensão.

Em São Paulo:

Guarulhos: 6 Mandados de Prisão Temporária e de Busca e Apreensão, sendo 1 Mandado de Busca e Apreensão em possível local de cativeiro.

Araras: 1 Mandado de Prisão Temporária e de Busca e Apreensão.

Os alvos, independentes das circunstâncias em que forem presos, serão indiciados nos crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9605/98) – tráfico de animais silvestres, maus tratos contra animais (pena de 1 a 3 anos) e ainda o artigo 288 do Código Penal (Formação de Quadrilha ou Bando – Pena de 1 a 3 anos de reclusão.

As investigações, monitoramento, coordenação e execução foram feitas pela Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais e Contra o Patrimônio Histórico (DELEMAPH), setor especializado da Polícia Federal no combate aos crimes desta natureza. Na fase de execução, 70 policiais foram convocados para trabalhos diretos no contexto da operação.