Um jovem de 17 anos, acusado de três homicídios, foi apresentado na tarde desta quinta-feira na Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij), em Campo Grande. Segundo a delegada que cuida do caso, Maria de Lourdes Cano, pesam contra o menor ainda três tentativas de homicídio. Em uma delas, a vítima ficou paraplégica. Ele confessou todos os crimes.

“Eu não acredito que ele complete 21 anos de idade, pois a rua e os amigos podem matá-lo. Todos os delitos foram confessados por ele e as motivações foram as mais banais possíveis”, considera a delegada.

A polícia chegou até o jovem após diligências no centro da cidade. O primeiro homicídio cometido pelo menor foi o de um pedreiro em 2009, no bairro Santo Amaro. De acordo com a delegada, o pedreiro teria chamado a companheira do jovem de ‘gostosa’ e ele revidou atirando contra o homem. Ano passado, por desavenças, a vítima foi um homem conhecido como “Lambari”, também no Santo Amaro. Já no início deste mês, ele matou Cléber de Oliveira Teles, de 26 anos, no Clube Campestre Ypê, no bairro Monte Castelo.

Segundo a delegada, no último crime, a intenção do jovem era matar outra pessoa, identificada como Jeferson. Ela disse ainda que o jovem prometeu, quando terminar de cumprir medidas sócio-educativas, que irá matar seu verdadeiro desafeto.

“Todos que eu matei são safados”, esbravejou o jovem, que tem uma filha de 8 meses e já esteve por 9 meses detido em uma Unei por estar envolvido em uma briga que causou a morte de uma jovem em 2007, no bairro Santa Carmélia. Na ocasião, uma bala perdida atingiu a adolescente, que tinha síndrome de down.

Pai do jovem diz que ele é ‘um menino normal em casa’

O pintor D. S., de 55 anos, disse que foi pego de surpresa com as acusações sobre o filho. Ele garantiu que o jovem sempre aparentou tranquilidade e parecia não estar envolvido em confusões.

“Ele é um menino normal em casa e não usa drogas, mas ele tem que pagar pelo que fez”, pondera.

Sobre a medida sócio-educativa cumprida pelo filho em 2007, ele critica a unidade. “Ali é a escola da malandragem. Não conheço ninguém que sai bem dali”, finaliza.