Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, 24, acusado de matar o cartunista, compositor e líder religioso Glauco Vilas Boas, 53, e seu filho Raoni, 25, foi preso por volta da meia-noite tentando atravessar a ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR), em direção ao Paraguai.

De acordo com a Polícia Federal de Foz do Iguaçu, a ordem para ele parar foi dada durante uma fiscalização de rotina. Cadu teria atirado contra os agentes e ferido um deles no braço.

Os policiais, então, perseguiram Cadu na ponte e conseguiram pará-lo. Ele só foi identificado como o assassino do cartunista Glauco Vilas Boas quando seus documentos foram checados.

De acordo com a PF, Cadu estava com um carro roubado e, após a prisão, confirmou ter matado o cartunista e seu filho Raoni. À 0h40, Cadu prestava depoimento na delegacia da PF de Foz do Iguaçu, segundo informações do próprio órgão.

Cadu está com prisão preventiva decretada desde sexta-feira — informação que a Polícia Civil de São Paulo manteve em sigilo. O delegado Archimedes Cassão Veras Júnior, responsável pela investigação do caso em Osasco, afirmou que iria negociar com a PF, ainda nesta madrugada, a transferência de Cadu para São Paulo.

Motorista

Após cerca de cinco horas de depoimento, neste domingo (14), na Delegacia Seccional de Osasco (na Grande São Paulo), Felipe Iasi, 23, foi liberado pela polícia por ter bons antecedentes e residência fixa. No entanto, o delegado Veras Júnior disse que o depoimento de Iasi não convenceu totalmente.

Iasi levou Cadu até a casa do Glauco na madrugada de sexta-feira (12). O carro de Iasi, um Gol cinza, foi encontrado na noite deste sábado (13).

Aos policiais, Iasi disse que foi sequestrado por Cadu e ameaçado com uma arma para ir até o local do crime. Cadu teria dito, segundo o amigo, que “precisava esclarecer que era Jesus Cristo”. Conforme o advogado de Iasi, ele não chegou a ouvir os disparos, pois deixou o local antes.

Para o delegado, se Iasi era um refém como diz o advogado, ele deveria ter ligado para a polícia. No entanto, Veras Júnior disse não poder contradizer Iasi porque, até agora, nenhuma testemunha afirmou que viu Iasi levando Cadu embora. Outro motivo que fez com que o jovem fosse liberado foi que a localização dada por ele da família de Glauco dentro da casa durante o crime foi a mesma da versão da enteada do cartunista.

Em entrevista ao “Fantástico”, na TV Globo, na noite deste domingo, a mulher de Glauco, Beatriz Galvão, contesta a versão de Iasi. Ela disse que o jovem ficou sentado no sofá enquanto Cadu torturava o cartunista. Beatriz também disse que chegou a pedir ajuda a Iasi, que aparentava estar drogado, mas que ele teria feito sinal negativo com a cabeça.

Na entrevista, Beatriz também disse que não sabe o que motivou o crime.