Na maior unidade prisional da Capital, a Máxima, há 1,7 mil presos em espaço planejado para 450; ventiladores não são suficientes para amenizar a alta temperatura de 39ºC

A aglomeração piora a sensação de calor nesta sexta-feira (5), quando os termômetros marcam 39ºC em Campo Grande. Na maior unidade prisional da Capital, o EPSM (Estabelecimento Penal de Segurança Máxima), há 1,7 mil presos em espaço planejado para 450.

Um acordo feito entre a direção da maior unidade prisional da Capital com os detentos resultou na abertura das celas superlotadas todas as sextas-feiras e hoje, um dos dias mais quentes do verão, os detentos dos dois pavilhões ficam soltos no pátio e disputam as sombras.

Tudo isso teria sido resultado do chamado bom comportamento, segundo um agente penitenciário.

O consumo de água também aumentou. Sem geladeira, a saída foram os bebedouros. As rodas de tereré estão espalhadas.

Em cada uma das cem celas há ventiladores, mas todos são ineficientes durante o dia. Porém, a noite, são graças a eles que os mosquitos podem ser afastados. As celas foram construídas para abrigar 4 presos ou 8. “Mas dentro delas têm 17 presos ou 8 presos”, detalha o agente penitenciário.

“Aqui na portaria temos dois ventiladores, mas só ventila ar quente”, acrescenta.

Às 16 horas os presos voltam para as respectivas celas onde deverão ficar trancados. A água está sendo utilizada a todo o tempo. Os banhos aumentaram e o serviço de limpeza também.

Calorão

Segundo a meteorologista do Inmet Maria das Dores de Azevedo, a intensidade do calor tem causas naturais e ocorre por causa da incidência direta do sol no Hemisfério Sul no período de dezembro a janeiro.

“O calor é devido ao sol no Hemisfério Sul, fica mais aquecida a parte aqui do Brasil, principalmente Região Sul e Sudeste do país, provocando essas altas temperaturas. A incidência de calor é muito maior nessa época do ano, entre dezembro e janeiro, provocando essas massas de ar quente na região.”

A meteorologista ressaltou que a intensa urbanização também é fator importante na incidência de calor, principalmente nas capitais. “A urbanização é a principal culpada nas grandes capitais. Devido ao asfalto e aos prédios, as correntes de ar já mudam. Então o aquecimento é bem maior”, frisou.

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) prevê calor intenso nas regiões Sul e Sudeste do País nos próximos dias. As temperaturas devem permanecer elevadas principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, em torno de 41ºC e São Paulo, com 38ºC. Na região Central pode voltar a chover, principalmente em Goiás, no Distrito Federal e em Mato Grosso.

A chuva deve amenizar o calorão.

O Inmet recomenda que se evite pegar sol no período das 10h às 15h. Outras recomendações importantes são: usar filtro solar e tomar bastante líquido.