Senador destaca a contenção de gastos de um governo que ele considera com um “viés puramente contabilista”. De acordo com o senador, no Estado, há uma imposição das cotas de combustíveis para as viaturas.

O senador Valter Pereira fez uso da palavra hoje no Senado Federal para criticar a atual situação que policiais civis enfrentam em Mato Grosso do Sul. Na fala, ele citou o episódio da suspensão das atividades do Cepol, Centro de Polícia Especializada e a imposição de cota de combustíveis para as viaturas policiais.

“O estabelecimento interrompeu seus serviços porque ficou quase duas semanas sem água potável. Imaginem os senhores: uma simples falta de manutenção de instalações hidráulicas obrigando a paralisação de serviços e gerando transtornos de quem precisa deles.”, explanou na tribuna.

Na última semana o Midiamax publicou sobre a situação dos servidores do Cepol e da falta de água no local.

Outro problema explanado por ele foi a contenção de gastos, de um governo que ele considera com um “viés puramente contabilista”. De acordo com o senador, no Estado, há uma imposição das cotas de combustíveis para as viaturas.

Segundo ele: “Em MS impõe-se cotas de combustível para viaturas policiais e centraliza-se as despesas mais comezinhas nas mãos de um único homem: o governador”, denunciou.

O senador entende que “para ele [Puccinelli], mais importante do que garantir a segurança da sociedade, é fazer poupança para encher as burras do tesouro estadual”.

Pérola da Arrogância

O caso do rapaz que teria sido agredido pelo governador Puccinelli no Bairro Aero Rancho também foi relembrado por Valter Pereira. Segundo o senador, ele considerou uma “pérola da arrogância”, uma vez que o rapaz além de ser detido não conseguiu registrar boletim de ocorrência na ocasião.

“Se o evento ocorreu da forma que o jovem trabalhador denunciou ou de maneira diferente, só uma investigação isenta e justa pode esclarecer.Versões conflitantes, não faltam”, explanou na Tribuna.

Para ele, se no entanto, quem faz investigação e procura esclarecer quaisquer transgressões, é a policia, e essa função, é dever de oficio da autoridade policial houve omissão.

“A situação configura um ilícito denominado prevaricação. Recusar a lavratura de uma ocorrência policial para não contrariar o governador, é colocá-lo acima da lei. E na democracia, o que tem que prevalecer sobre todos – governantes e governados – é a lei”, destacou Pereira.

“Em minhas atividades parlamentares, tenho recebido recorrentes delegações de policiais de todo o País que aqui vem para defender seus direitos. de eventuais governantes, acaba negando a impessoalidade de suas ações, um dos pilares das carreiras de Estado”

Antes de finalizar o discurso, ele afirmou que prefere acreditar que a atitude do delegado de policia tenha sido um fato isolado “a imaginar que a corporação a imaginar que a corporação vá aceitar o papel de guarda pretoriana deste ou daquele governante”, disse.

“De qualquer forma, o episódio mostra que a segurança pública, ao lado da educação e da saúde, que tanto lidam com a sociedade, reclama, além de eficiência profissional, maior compromisso democrático”, finalizou.