A posse de um terreno no bairro Dom Bosco virou caso de Polícia nesta terça-feira, 07 de setembro. O proprietário quer a área para investimentos, mas o local é utilizado como barracão da escola de samba Marquês de Sapucaí, integrante do Grupo B do carnaval corumbaense. O muro e o portão foram derrubados por uma retroescavadeira logo no início da manhã do feriado de Independência do Brasil.

“O dono, que mora em São Paulo, apareceu com o procurador e simplesmente arrancou o portão, destruíram muro e tudo. Minha irmã dorme aqui. Fui à delegacia e registrei o boletim de ocorrência. Ele [proprietário] Me ligou ontem (segunda-feira), dizendo que iria destruir tudo. Falei que fizesse o que quisesse e agora está nessa situação”, disse ao Diário a presidente da escola de samba Marquês de Sapucaí, Odete Brinkler.

A presidente da agremiação disse que o terreno está com a escola de samba há pelo menos sete anos e, nesse período, a comunidade fez melhorias no local. “Esse terreno estava abandonado há 16 anos, nunca foi usado, é isento de IPTU e nunca foi pago. Foi passando de mão em mão e parou na minha mão. Tem sete ou oito anos que está na escola. Fizemos o que pudemos aqui, instalamos água, luz, muro e portão, uma casinha, os banheiros. Fizemos melhorias, aterramos o terreno e agora apareceu o dono”, contou Odete.

Escritura e registro

 A este Diário, o proprietário do terreno, Luís Natal Ferrati, contou que é dono da área há quase duas décadas e agora pretende construir no local. “Não tenho nada contra a escola, contra ninguém. Mas eu quero o meu terreno de volta”, disse. “Tenho esse terreno há mais ou menos 20 anos. Realmente não pago IPTU porque a construção que eu tenho ali é isenta. Só que invadiram meu terreno e construíram um barracão, mas eu vou fazer uma construção lá dentro. Tentei falar com a dona Odete e ela mandou que procurasse meus direitos. Eu tomei minha posição. Sou dono do terreno, tenho escritura com registro e derrubei o galpão que estava lá dentro”, afirmou Ferrati.

Ele ainda alegou ter sido impedido de entrar no imóvel. “Não me deixaram entrar no que é meu. O terreno é meu, eu vou construir lá dentro. Querem indenização, mas indenização de uma coisa que foi invadida. Não entendi, chego aqui e meu terreno está ocupado”, concluiu. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil de Corumbá.