A Polícia Civil reforçou a segurança na casa do cartunista Glauco Villas Boas, morto a tiros junto com o filho, Raoni Villas Boas, no local, em Osasco (SP). Segundo o delegado Archimedes Cassão Veras, da Delegacia Seccional da cidade, uma equipe com cinco policiais cuida 24 horas da segurança na residência para o caso do suspeito pelo crime retornar.

O delegado afirma que os policiais estão preparados, inclusive, para negociar uma rendição caso Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24 anos, suspeito de ser o autor dos disparos que mataram o cartunista e o filho, ligue para o local.

Veras diz também que um segundo suspeito pelo caso – o motorista do carro que levou o suspeito até o local e fugiu depois com ele – já foi reconhecido e sua rendição negociada. De acordo com o delegado, o advogado do segundo suspeito pode levá-lo à delegacia a qualquer momento. Nunes disse descartar a possibilidade de um terceiro envolvido.

Uma pessoa que não quis se identificar disse ao Terra que a família de Glauco deixou o local e foi para outro local, não divulgado por essa fonte.

Entenda o caso

O cartunista e seu filho, Raoni Villas Boas, 25 anos, foram mortos na madrugada de sexta-feira (12), com quatro tiros cada, na residência da família, em Osasco (SP). Os dois chegaram a ser levados para o Hospital Albert Sabin, mas não resistiram aos ferimentos.

Glauco começou sua trajetória como cartunista nos anos 70, no Diário da Manhã, de Ribeirão Preto (SP). Ele publicou suas tiras também na Folha de S.Paulo e na revista Chiclete com Banana. O cartunista é famoso por ter criado personagens como Geraldão, Casal Neuras, Doy Jorge, Dona Marta e Zé do Apocalipse.

Na casa de Glauco, eram realizados cultos da Igreja Céu de Maria, que segue a filosofia do Santo Daime, prática religiosa cristã, ecumênica, que repudia todas as formas de intolerância religiosa. Os seguidores tomam o chá conhecido por esse nome. Para eles, a bebida amplia a capacidade perceptiva, criativa, cognitiva e de discernimento, elevando a consciência do ser humano.