A Polícia Civil de Brasília informou neste sábado ter provas suficientes para indiciar Adriana Villela como suposta mandante do assassinato do pai, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, da mãe, Maria, e da empregada Francisca Nascimento, mortos com 73 facadas dentro de casa, há um ano. Em entrevista à imprensa, a delegada Mabel Alves de Farias Corrêa, diretora da 2ª Divisão de Homicídios, disse que não está descartada a hipótese de ela ter estado no local do crime e ajudado na execução.

As investigações, segundo a delegada, mostram que Adriana era a maior interessada na morte dos pais, com os quais vivia em permanente conflito por aumento de mesada e partilha de bens. “As brigas eram constantes, sempre por questões financeiras”, afirmou. “Após um ano de investigação, não restou outra motivação para o crime que não a financeira”, acrescentou. A delegada informou que o caso caminha para um desfecho e outras prisões devem ser efetuadas em breve, inclusive a dos autores materiais.

Dono de uma das bancas de advogados mais requisitadas, Villela tinha uma fortuna de mais de R$ 20 milhões em imóveis, ações e investimentos. Ele foi defensor do ex-presidente Fernando Collor no processo de impeachment, em 1992. Na semana passada, Adriana foi presa junto com mais quatro pessoas, acusadas de obstrução das investigações para acobertar os verdadeiros autores. “Temos indícios veementes de que todos eles agiram de forma concertada, a mando dela”, enfatizou a delegada.