A Polícia Civil ouve nesta segunda-feira mais depoimentos sobre o assassinato do cartunista, compositor e líder religioso Glauco Vilas Boas, 53, e de seu filho Raoni, 25. O crime aconteceu na madrugada da última sexta-feira, em Osasco (Grande São Paulo). Acusado pelas mortes, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, 24, foi preso no começo da madrugada de hoje no Paraná.

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Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, apontado como autor dos tiros contra Glauco, foi preso nesta madrugada na ponte da Amizade
A viúva de Glauco, Beatriz Galvão; Juliana, enteada de Glauco; e Gecila, mulher de Raoni, já prestaram depoimento. Elas chegaram à delegacia por volta das 12h. Beatriz deixou o local sozinha, por volta das 14h20. Por volta das 15h10, Juliana e Gecila já haviam sido ouvidas.

No horário, também já estava no DP João Pedro Corra da Costa, amigo de Raoni e que estava na casa das vítimas na ocasião do crime.

Preso

Cadu foi abordado em uma fiscalização de rotina, quando tentava fugir para o Paraguai. Houve tiroteio e um policial federal foi ferido.

Com Cadu, a polícia apreendeu um carro, que havia sido roubado em São Paulo, uma arma e uma quantidade não determinada de maconha.

O rapaz afirmou em depoimento à Polícia Federal que ficou entre a madrugada da última sexta e manhã de domingo em um matagal no pico do Jaraguá, na zona norte de São Paulo, enquanto planejava a fuga para o Paraguai.

Segundo informações do delegado Marcos Paulo Pimentel, da PF em Foz do Iguaçu (PR), apesar de o acusado ter confirmado que a arma apreendida foi usada no crime, apenas o exame de balística poderá confirmar a informação.

Caso

O cartunista Glauco Vilas Boas, 53, e de seu filho Raoni, 25, foram mortos a tiros na casa do cartunista, em Osasco (Grande São Paulo), na madrugada de sexta-feira (12).

Segundo as testemunhas, o suspeito chegou ao local e rendeu, primeiro, a enteada de Glauco, que mora em uma casa no mesmo terreno.

Cadu era conhecido da família por já ter frequentado a igreja Céu de Maria, que segue os princípios do Santo Daime e foi fundada por Glauco.

Segundo o relato das testemunhas, Cadu estava transtornado e delirava. Ele estava armado com uma pistola automática e uma faca.

Glauco tentou negociar com Nunes e chegou a ser agredido. De acordo com o delegado Archimedes Veras Júnior, responsável pela investigação, Glauco não reagiu.

No meio da discussão, porém, Raoni chegou ao local de carro. Em seguida, Cadu atirou contra pai e filho, mas os motivos ainda não foram esclarecidos. Os dois chegaram a ser atendidos no hospital, mas não resistiram e morreram.