Mário Gomez, um dos 33 mineiros presos a 300 metros de profundidade em uma mina no Chile, já morou no Brasil. Quem afirma é Dona Lilian, esposa do trabalhador de 63 anos que é líder espiritual do grupo de mineiros.

Ela diz que o marido contava sempre que era um país bonito, mas que ele sofreu muito. Viveu dois meses nas ruas, usando papelão como cobertor, até encontrar emprego num navio e voltar pra casa, e para as minas.

“Meu marido é uma pessoa muito, muito doce, faz tudo com muito respeito, pede as coisas com muito respeito, e são os anos de experiência é o que está fortalecendo tanto ele quanto os outros. A primeira vez que ele entrou numa mina, tinha 12 anos e agora tem 63. É muito tempo de experiência”, descreve Dona Lilian, esposa de Gomez.

Um desabamento bloqueou a galeria de acesso da mina em Copiapó, a 800 km de Santiago, no norte do Chile, após um desmoronamento no dia 5 de agosto., a 300 metros de profundidade. Uma pedra de 700 toneladas no meio do caminho. Foram 17 dias de silêncio. Até que, domingo passado (22), um bilhete chegou: “Estamos todos bem no refúgio, os 33”. A celebração ecoou pelo país.

Mais velho do grupo, foi Gomez o autor do bilhete que pôs fim ao silêncio, indicando que todos os mineiros estavam vivos, após passarem as mais de duas semanas em um refúgio de 50m², alimentando-se apenas com algumas latas de peixes, geleia de pêssego e leite estocados.