Alberto Nogueira, o Betão, foi preso sexta-feira após a polícia achar na casa dele arma e munições; ele já havia sido capturado em 2008, no Paraguai, com arsenal de guerra

O ex-servidor da Secretaria de Estado de Receita e Controle Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o conhecido Betão, que havia sido solto em fevereiro passado, foi preso outra vez por porte ilegal de arma e munição. Na sexta-feira, os policiais entraram na casa dele, em Campo Grande (MS), para cumprir um mandado de busca e apreensão e lá acharam dinheiro e pistola de uso restrito.

Betão foi levado para o prédio da Superintendência da PF, em Campo Grande e ficou detido, segundo a assessoria de imprensa da instituição.

É extensa a ficha policial de Betão: ele é acusado de participação em quatro assassinatos, entre os quais o de um policial militar, crime pelo qual foi absolvido em julgamento, e processado por tráfico de armas.

Na investida policial ocorrida na sexta-feira de manhã os policiais federais confiscaram uma pistola e munições, e uma quantia em dinheiro, perto de R$ 40 mil, segundo informações extraoficiais.

O advogado do ex-servidor, José Roberto Rodrigues Rosa, ainda na sexta-feira, não quis comentar a prisão alegando que ia estudar a questão.

Betão é um velho conhecido da polícia. Por duas ocasiões ele foi preso, numa delas por suposta participação nos assassinatos de um empresário e de um geólogo, em Guarujá (SP). Essas mortes teriam como motivação briga por terra rica em ouro, em Mato Grosso.

O ex-governador de MT, Júlio Campos, surgiu inicialmente no inquérito como suposto mandante dos crimes ocorridos em 2004. Até hoje esses crimes são tidos como um mistério. O delegado que apurava o caso teria se matado no apartamento que morava, em Santos (SP).

Há dois anos, Betão foi preso em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, com armamentos de guerra. Trazido para cá, o ex-servidor ficou preso por um ano e oito meses e, em fevereiro deste ano foi posto em liberdade por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Ainda em 2008, o ex-servidor foi absolvido pela Justiça sul-mato-grossense pelo assassinado do policial militar Hudson Ortiz, crime ocorrido em Campo Grande, em 2003. Ele alegou legítima defesa, argumento que convenceu os jurados.

Em 2000, Betão também teria matado um homem na Vila Serradinho, na Capital.