Policiais militares estão fazendo serviço de policiamento na região sul e fronteira do Estado a pé. A denúncia partiu de um cidadão que precisou dos serviços e teve que esperar por horas o atendimento e depois ficou sabendo o porquê da demora.

A informação é que há aproximadamente três meses o Governo do Estado fez a entrega de viaturas modelo Ranger, cabine dupla, movidas a gasolina. Os veículos deveriam ter passado por revisão quando rodassem 10 mil quilômetros ou com seis meses de uso, porém nenhuma providência foi tomada até agora, passada a quilometragem limite.

Um policial que prefere não se identificar revela ainda que são destinados para cada viatura diariamente apenas 20 litros de gasolina. “Nossa área de atuação é muito grande. Além disso, estas viaturas novas fazem apenas 5 km por litro, ou seja, só podemos rodar 100 km por dia”, diz.

As cidades com maior problemática com as novas viaturas são Dourados, Ponta Porã e Amambai. Enquanto o Governo não providencia cota maior de combustível e manutenção da frota, os policiais são obrigados a “escolher” qual ocorrência atender.

Em um município da região pantaneira, que não será identificado para evitar represália aos funcionários da segurança pública, os veículos da Polícia Civil recebem uma cota de 65 litros para Blazer; 35 para Fiesta e Logan, semanalmente. Na mesma cidade, a Polícia Militar recebe 15 litros diários de gasolina para atender ocorrências e fazer rondas. Um militar revela que acontece da cota não ser repassada e o atendimento fica prejudicado. A falta de manutenção dos veículos também é apontada no município

Senado

A cota de combustível para viaturas no Estado foi motivo de discurso do senador Valter Pereira (PMDB), hoje à tarde, na tribuna do senado Federal. O parlamentar criticou duramente esta situação. “Em MS impõe-se cotas de combustível para viaturas policiais e centraliza-se as despesas mais comezinhas nas mãos de um único homem: o governador. Para ele, mais importante do que garantir a segurança da sociedade, é fazer poupança para encher as burras do tesouro estadual”, disse.