O desaparecimento do editor de imagens da TV Globo, Carlos Alberto de Carvalho, 39 anos, pode estar relacionado às ameaças que a repórter Cristina Guimarães vinha sofrendo de traficantes da Rocinha, após ter feito uma reportagem sobre a venda de drogas na favela, ano passado.

A hipótese está sendo investigada pela polícia, que não descarta a possibilidade de Carlos ter sido vítima de seqüestro-relâmpago, crime cada vez mais comum no Rio.

Carlos está desaparecido desde o dia 15, após deixar a emissora, por volta das 21h. Em outubro do ano passado, o editor de imagens, que trabalha para o programa Esporte Espetacular, foi levado por traficantes da Rocinha, nas proximidades da emissora.

Durante dois dias, ele foi interrogado pelos bandidos, que queriam saber quem havia feito a reportagem sobre a venda de drogas. Carlos acabou liberado pelos traficantes. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e pela 15ª DP (Gávea), onde Carlos era esperado, esta semana, para depor no inquérito que apura as ameaças a Cristina Guimarães.

A repórter participou da série de reportagens Feira das drogas, junto com o jornalista Tim Lopes, executado por traficantes na Favela da Grota, em Ramos. Tim foi morto após ser descoberto pelos bandidos na favela Vila Cruzeiro, Penha, onde fazia uma reportagem sobre baile funk.

A polícia já tem duas pistas para tentar desvendar o desaparecimento do editor de imagens. Na tarde de sexta-feira, menos de 24 horas depois de ter desaparecido, duas ligações foram feitas de seu celular e seu cartão bancário foi usado para sacar dinheiro e fazer compras numa loja, em Copacabana. O delegado titular da 15ª DP, Carlos Alberto Nunes, afirmou que vai pedir a quebra dos sigilos bancário e telefônico de Carlos.