Por que não choramos a perda do amigo Altino Trajano?

Wilson Aquino*

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Wilson Aquino – Jornalista e Professor

Fechamos o sétimo dia desde que o querido amigo Altino Trajano (83) partiu para outro plano, deixando para trás uma jornada marcada pela bondade, pela ética e por um sorriso que iluminava até os dias mais comuns. Um vendedor nato, honesto, dedicado e sempre bem-humorado, Altino era mais que um profissional; era um exemplo de como a simplicidade da labuta diária pode revelar o propósito divino de nossa existência.

Mesmo após a aposentadoria, ele jamais abriu mão de trabalhar, de estar em movimento, de honrar a profissão que tanto amava. Com mais de 70 anos, seguia firme, não como um fardo, mas como quem já havia descoberto o segredo da vida: servir, amar e viver com propósito. Sua alegria não era apenas dele; era um reflexo da certeza de que nossa jornada na Terra é breve, mas carregada de significados eternos.

Membro dedicado de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Altino compreendia que a vida não termina na despedida terrena. Ele sabia que a verdadeira existência transcende este mundo e que, um dia, todos voltaremos a nos encontrar em um Lar Celestial, onde a eternidade nos abraça em família. Essa fé, que ele cultivava e compartilhava com os seus, também consola agora sua esposa, Alzira Rodrigues Trajano, companheira por mais de 50 anos, e seus filhos Andreia, Anderson e Adriana. O legado de amor se expande para os netos Nikolas, Geovana, Isac e Eva, que carregam nos corações a lembrança de um avô singular.

Altino não era apenas um vendedor em lojas como Buri, Cortez e Bigolin. Ele era um portador do Sacerdócio de Deus, que usava para  abençoar vidas, levando alívio aos enfermos e esperança aos aflitos. Cada conversa com ele era um aprendizado, um mergulho em princípios elevados de ética e moral. Seu jeito simples, sua voz firme e segura, e o sorriso sempre presente mostravam que sua grandeza não estava nos títulos ou posses, mas em ser, verdadeiramente, um filho especial de Deus.

Por isso, não choramos a partida de Altino Trajano. Nossa saudade é temperada pela certeza de que esta separação é temporária. Ele foi apenas à frente, para aquele lugar onde a dor se dissolve em paz e onde, em breve, nos reencontraremos para a continuação de uma jornada muito maior do que nossos sonhos conseguem imaginar.

Até breve, querido amigo Altino Trajano. Que sua luz continue a brilhar em nossos corações, como um farol que nos guia para o reencontro na eternidade.

*Jornalista, professor e Santo dos Últimos Dias

Altino Trajano, vendedor