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O candidato Lula da Silva diz uma coisa, em um dia para um público, e outra completamente diferente, no dia seguinte para outro. Afinal, o povo não é bobo, as redes sociais estão aí, registrando e guardando tudo. Uma eleição presidencial não é brincadeira.
Lula tenta dar uma de bom senso e ponderação para agradar a Faria Lima, como se denomina hoje o mercado financeiro, que rola a dívida pública todos os dias, influencia a cotação do dólar e orienta investimentos. Para tal, convidou para seu vice o ex-governador tucano Geraldo Alckmin, que já foi muito explícito em definir o atual companheiro de chapa. Não se trata de divergências políticas, mas sim de definição clara e inquestionável sobre a moral de Lula.
Lula promete propor uma moeda do Mercosul, como se dependesse dele. Depois, fala numa moeda dos BRICs, tudo para fugir ao uso do dólar americano. Prometeu às centrais sindicais, em pronunciamento público, anular a reforma trabalhista do governo Temer e rever privatizações do período Bolsonaro. No mais, continua a dever, ao país e ao empresariado em particular uma explicação para os recursos do BNDES dados para financiar projetos em outros países com tantos projetos no Brasil precisando de financiamento oficial.E países que não pagam.
Em outra atenção, a esquerda mais radical, agora que tem o apoio do PSOL, anunciou que vai demitir os oito mil militares que ocupam funções no governo federal. Intolerável preconceito para com os militares com reconhecida tradição de serviços prestados em cargos públicos ao longo da história.
Esses pontos, entre tantos, seriam suficientes para que as forças vivas da sociedade pudessem avaliar as consequências de uma eventual – mas, no nosso entender, pouco provável – eleição do ex-presidente. Mas analisar essas declarações é importante quando se verifica no noticiário a adesão de banqueiros e empresários de expressão ao candidato do PT, cujo programa sofre influência decisiva de José Dirceu, Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann e outros personagens dos 14 anos de PT.
Quem não gostar do estilo belicoso do atual presidente, do nível de seu núcleo duro, deve ajudar a encontrar um nome alternativo para unir o centro-democrático, que não parece atendido pela disputa limitada a Lula e Bolsonaro.
Evitar Bolsonaro e abraçar Lula – para quem não é convictamente de esquerda, contra o capitalismo e o liberalismo – parece um grave erro.
O melhor marketing de Bolsonaro poderia ser: Ruim com ele, pior sem ele.
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