Impunidade e falsidadeLula andou estimulando manifestações como a do Chile entre nós. O engano maior é que aqui a indignação popular é com ele e não com o governo. As manifestações de repúdio de que tem sido alvo pelo Brasil, fazendo com que não possa viajar em aviões de carreira nem frequentar locais públicos, evidencia um lado positivo de sua libertação. Provou que o povo não é bobo e que ele acabou. Agora, espera-se a votação da emenda da Segunda Instância, para ele voltar à cadeia por bom tempo.

Essa relutância dos dirigentes do Congresso em atender a urgência da votação das medidas contra a impunidade está provocando grande indignação na população, em que as vaias a Lula é mera consequência.

Diante da indiferença dos políticos, seria o caso de o ministro Moro apresentar minuta de processo da reforma dos códigos, desentupindo os tribunais de tantos recursos e agravos, baixando consequentemente o custo do Judiciário e melhorando a qualidade de seus serviços.  Urge ainda que se crie condições de transparência nos processos envolvendo malfeitos de magistrados, protegidos por estranho corporativismo, que não pune ou, quando o faz, aposenta com direitos e vantagens.

Todos estão perdendo a paciência com as decisões eivadas de hipocrisia. Há semanas, o ministro Luís Roberto Barroso exibiu a cronologia de um processo de homicídio praticado em 1991 que entrou na pauta agora, depois de mais de 20 recursos, tendo quatro chegado ao Supremo e sido rejeitados. Mas com o criminoso solto nestes 28 anos após o crime. Justiça elitista, que protege os ricos que podem pagar advogados.

No mais, é preciso uma atitude ponderada, mas firme, no que toca às reiteradas calúnias envolvendo o governo e, principalmente, ferindo a verdade histórica. Por exemplo: o recente livro do Sr. Lira Neto, que surgiu como biógrafo do presidente Getulio Vargas, aborda de forma grosseira a personalidade e o governo do marechal Castelo Branco. Ora, Castelo foi um grande oficial, mostrou ser um estadista ao aceitar a missão que lhe foi imposta por civis e militares. E se merecia uma crítica foi por justamente ter excessivos cuidados em não ferir normas legais ou liberais.

Não tem cabimento acusar Castelo de ser responsável pela permanência dos militares no Poder. Esta, aliás, se deu em função da dimensão do caos na administração pública herdada de Goulart, e do terrorismo começar a dar seus passos iniciais. É bom lembrar que o primeiro atentado matou um almirante e um jornalista no Recife, mutilou um militar e feriu muitas pessoas.

A BIBLIEX e outros órgãos ligados às bibliotecas brasileiras poderiam reeditar livros ou editar condensados dos existentes sobre o período militar, incluindo testemunhos de gente da “luta armada”, como os casos de Alfredo Sirkis, Maurício Grabois, Fernando Gabeira e outros. E o que tem sido publicado sobre o Araguaia, desde o de Hugo Studart ao recente Diário da Guerrilha do Araguaia . A verdade começa a aparecer. Temos a obrigação de divulgar.

PS – Continuamos sem notícias da devolução do nome do Almirante Rademaker ao pavilhão do Colégio Pedro II, em São Cristóvão, no Rio, arrancado no governo Dilma. Será possível?