Mísseis russos atingiram as duas maiores cidades da na manhã desta terça-feira (23), matou pelo menos seis pessoas e causou a destruição de prédios no país. A ofensiva feriu pelo menos 20 pessoas em quatro distritos de Kiev, a capital, incluindo um menino de 13 anos, segundo o prefeito Vitalii Klitschko.

Em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, o feriu 42 pessoas, à medida que os mísseis danificaram cerca de 30 edifícios residenciais e estilhaçaram quase mil janelas de apartamentos durante o tempo gelado, disse o governador regional Oleh Syniehubov. O prefeito de Kharkiv, Ihor Terekhov, disse que a temperatura na cidade era de -7º.

Uma seção inteira de um edifício residencial de vários andares foi destruída, deixando um número desconhecido de pessoas presas no local, disse Terekhov. Situada a cerca de 30 quilômetros da fronteira com a Rússia, Kharkiv tem sentido com frequência o impacto da campanha de inverno da Rússia, com ataques de longo alcance que geralmente atingem áreas civis.

Os ataques mantêm os ucranianos tensos, enquanto a linha de frente de 1.500 quilômetros quase não se moveu. A incapacidade de ambos os lados de desferir um golpe decisivo no campo de batalha empurrou o combate para a guerra de trincheiras e de artilharia.

Analistas dizem que as forças do Kremlin armazenaram mísseis no final do ano passado para dar início a uma campanha de bombardeios aéreos no inverno.

Parecia haver chances escassas de um fim para a guerra tão cedo. O ministro das Relações Exteriores da Rússia desafiou os e outros apoiadores da Ucrânia em uma reunião da ONU na segunda-feira (22), descartando qualquer plano de paz que eles apoiem.

Sergey Lavrov, o mais alto diplomata da Rússia, afirmou que as forças ucranianas foram “um fracasso total” no campo de batalha e são “incapazes” de derrotar a Rússia.

Os ataques a Kiev e Kharkiv ocorreram dois dias após autoridades instaladas por Moscou no leste da Ucrânia alegarem que os bombardeios ucranianos mataram 27 pessoas nos arredores de Donetsk, ocupada pela Rússia. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, chamou o ataque de “ato terrorista monstruoso”. Os militares ucranianos, no entanto, negaram ter qualquer relação com o ataque.

Pacote de ajuda

As mortes de civis ucranianos ajudaram a despertar a indignação internacional sobre a invasão do país pela Rússia, e as autoridades ucranianas apontaram para os ataques nos seus esforços para garantir mais ajuda militar dos aliados do país.

O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, foi na segunda-feira o mais recente líder estrangeiro a visitar a Ucrânia e a anunciar um novo pacote de ajuda que inclui um empréstimo para comprar armas maiores e um compromisso para encontrar formas de fabricá-las em conjunto.

Os aliados da Ucrânia procuraram recentemente reafirmar para o país de que estão comprometidos com sua defesa a longo prazo, em meio a preocupações de que o apoio ocidental possa estar diminuindo. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e o novo ministro das Relações Exteriores da França também viajaram para Kiev no novo ano.

Mas os Estados Unidos, o principal fornecedor da Ucrânia, não conseguem atualmente enviar ao país quaisquer munições ou armas. Enquanto é aguardado que o Congresso aprove um orçamento e, potencialmente, mais dinheiro para a luta da Ucrânia, os EUA estarão buscando aliados para continuarem preenchendo a lacuna.

Com informações da Agência Estado e Associated Press