O presidente da , Javier Milei, desferiu ataques duros, em entrevista neste domingo (25) à emissora LN+, a governadores da região da Patagônia, os quais ameaçaram interromper o fornecimento de petróleo e gás diante de cortes de repasses do governo federal. Milei criticou as ameaças como “desconhecimento, ignorância”, e acrescentou que um corte como esse “significaria violentar o direito de propriedade, o que é um delito”.

O presidente argentino disse que uma eventual “violação da lei” do tipo levaria o caso à Justiça. Questionado se poderia intervir nas províncias, respondeu: “será feito o que a Justiça determinar”.

Milei atacou em específico o governador de Chubut, Nacho Torres, que lidera ameaças nos últimos dias de paralisar o fornecimento de petróleo e gás. Torres e outros governadores argumentam que a Casa Rosada corta um montante de coparticipação nos contratos de maneira ilegal. “Pobrezinho”, qualificou o presidente em relação ao governador. “É um pobre que não pôde ler um contrato, é de uma precariedade intelectual muito grande”, afirmou Milei.

Na argumentação do presidente, a província tomou dívida dando a coparticipação como garantia, e agora o governo federal pega a parte que lhe corresponde nesse negócio. Ele ainda qualificou Torres como “uma vítima da deterioração da educação argentina, que não consegue ler um contrato”.

Milei criticou ainda governadores que apoiaram a demanda de Chubut, somando-se à ameaça de cortar a distribuição de petróleo e gás. “Querem transferir o ajuste para os demais argentinos”, afirmou, qualificando-os como “políticos runfla”. A expressão “runfla” é uma gíria local (do lunfardo) para um grupo de pessoas “imorais, sem nobreza ou abjetas”, em uma das definições disponíveis. O presidente diz que o ajuste fiscal dos governadores é bem mais modesto, de 1 ponto do PIB, mas estes resistiriam, enquanto seu governo avança para um ajuste abrangente, equivalente a 15 pontos do PIB.

“Está acabada a Argentina do desperdício”, afirmou. Segundo Milei, há indícios de que as coisas estão melhorando, como a desaceleração da inflação no atacado e a queda no risco-país. “Os mercados financeiros estão vendo os êxitos na gestão da política fiscal”, afirmou.

Segundo o presidente, caso seu governo avance no ritmo atual, seria possível acabar com as restrições no mercado cambial (“cepo”) local “na metade do ano”.