A Câmara dos Estados Unidos aprovou neste sábado, 20, um pacote legislativo de US$ 95 bilhões em ajuda econômica para , Israel e Taiwan. O pacote agora segue para o Senado, onde a aprovação deve ocorrer nos próximos dias. O presidente Joe Biden prometeu assiná-lo imediatamente.

A parcela da Ucrânia é um pacote de ajuda de US$ 61 bilhões. Com a aprovação, alguns legisladores aplaudiram, erguendo bandeiras azuis e amarelas do país. Um pacote de US$ 26 bilhões para Israel e para fornecer ajuda humanitária aos cidadãos de Gaza também foi aprovado. O de ajuda a Taiwan e outros países da região prevê ajuda de US$ 8,1 bilhões.

O pacote ainda inclui um projeto de lei de segurança nacional com uma disposição que força a venda da popular plataforma TikTok, que também foi rapidamente aprovado.

Do lado de fora do prédio da Câmara, manifestantes demonstravam apoios difusos sobre os temas votados: havia protestos contra a ajuda a Israel, pedidos de ajuda pela Ucrânia e defesa do funcionamento do TikTok.

A aprovação do “pacotão” representa uma guinada na capacidade de ação do Congresso dos Estados Unidos, alimentada especialmente por por políticos republicanos. Antes deste sábado, os projetos sofreram meses de impasses, mas só receberam sinal verde após mudança de posicionamento do partido de oposição.

A aprovação na Câmara retira o maior obstáculo ao pedido de financiamento de Biden, feito pela primeira vez em outubro, quando os suprimentos militares da Ucrânia começaram a escassear A Câmara controlada pelo Partido Republicano, cética em relação ao apoio dos EUA à Ucrânia, lutou durante meses sobre o que fazer. Os opositores à aprovação argumentavam que os EUA deveriam concentrar-se na frente interna, abordando a segurança das fronteiras internas e o crescente peso da dívida do país.

Os aliados dos Estados Unidos, porém, praticamente imploravam aos legisladores que aprovassem a ajuda.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski, que há meses pressionava por mais ajuda americana na guerra, afirmou neste no sábado que a aprovação “salvará milhares e milhares de vidas” e, em mensagem nas redes sociais, expressou a sua “gratidão” pela votação, acrescentando que espera que o Senado, por sua vez, aprove o texto.

O Ministro de Relações Exteriores israelense, Israel Katz, também comentou a aprovação do pacote. “A votação do pacote de ajuda a Israel com apoio bipartidário esmagador demonstra os fortes laços e parceria estratégica entre Israel e os Estados Unidos, e envia uma mensagem forte aos nossos inimigos”, escreveu no X (antigo Twitter). Ele acrescentou que espera “que seja aprovado em breve no Senado com forte apoio bipartidário”.

O chefe da Otan, Jens Stoltenberg, também comentou em uma mensagem publicada nas redes sociais. “Celebro que a Câmara de Representantes aprovou um novo e importante pacote de ajuda para a Ucrânia. A Ucrânia utiliza as armas proporcionadas pelos aliados da Otan para destruir as capacidades de combate russas. Isso nos deixa todos mais seguros, na Europa e na América do Norte”, declarou.

Ajuda a Taiwan

Os US$ 8,1 bilhões para a segurança do Indo-Pacífico serão destinados a combater as ações da na região – mais de US$ 3,3 bilhões seriam destinados à infraestrutura e ao desenvolvimento submarinos, com US$ 1,9 bilhões adicionais para reabastecer as armas dos EUA fornecidas a seu aliado próximo, Taiwan, e outros aliados regionais.

A China reivindica Taiwan como seu território, que deve ser anexado à força se necessário. Pequim diariamente envia navios e aviões de guerra para a região da ilha em uma tentativa de enfraquecer as forças de Defesa de Taiwan e intimidar a população.

Em 2015, o então presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, realizou uma reunião histórica com o presidente da China, Xi Jinping, em Cingapura, que mantém relações próximas com ambos os lados. A reunião – a primeira entre os líderes da China e de Taiwan em mais de meio século – produziu poucos resultados tangíveis. O diálogo oficial entre Taipei e Pequim está suspenso desde então e as tensões militares no Estreito de Formosa aumentaram à medida que as autoridades chinesas endureceram seu discurso a favor da “reunificação nacional”.