Pular para o conteúdo
Mundo

Referendo sobre Guiana tem baixa adesão e Venezuela prorroga votação

Foram chamados a votar 20,7 milhões de venezuelanos de uma população de quase 30 milhões
Agência Estado -
venezuela guiana
Referendo popular envolve região de Essequibo (Leonardo Fernandez Viloria)

Venezuelanos votam neste domingo, 2, em um referendo convocado pelo governo do presidente Nicolás Maduro para reivindicar a soberania sobre uma grande faixa da vizinha Guiana A votação começou às 6h locais (7h em ) e estava prevista para terminar às 18h (19h em Brasília), mas foi prorrogada até as 20h (21h em Brasília).

O referendo pergunta aos venezuelanos se eles apoiam o estabelecimento de um Estado no território disputado, conhecido como Essequibo, concedendo cidadania aos residentes da área atual e futura e rejeitando a jurisdição do tribunal superior das Nações Unidas para resolver o desacordo entre os dois países. Foram chamados a votar 20,7 milhões de venezuelanos de uma população de quase 30 milhões.

Entretanto, o insistente apelo das autoridades venezuelanas para participar “massivamente” no referendo parece ter obtido uma fraca resposta da população, o que se pôde constatar nos centros de votação, com pouca presença de eleitores.

Às 15h (16h em Brasília), três horas antes do encerramento previsto dos centros, menos de 12% dos eleitores tinham votado em três locais de votação em áreas diferentes de Caracas, segundo os coordenadores destes centros consultados pela Efe.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) indicou que os 15.857 centros habilitados para o referendo deste domingo permanecerão operacionais, uma vez que – assegurou – “há ainda venezuelanos nas filas”, convidando-os a continuar participando desta consulta.

Willy Morales, um jovem de 29 anos que passava em frente ao centro de votação, decidiu se abster de participar por não se sentir interessado. “No final das contas, seja (Essequibo) nosso ou não, o que basicamente vai se beneficiar é o governo, porque é quem vai trazer à tona as questões minerais para usar a seu favor, mas o povo se beneficiam muito com isso”, disse à Efe.

O presidente do CNE, Elvis Amoroso, anunciou que, “imediatamente após o da prorrogação”, fará um balanço de “como tem sido o processo”, embora os resultados deverão ser anunciados horas mais tarde.

Do outro lado da fronteira, milhares de guianenses formaram correntes humanas, chamadas de “círculos de união”, no domingo para mostrar seu apego à região. Muitos usavam camisetas com frases como “Essequibo pertence à Guiana” e agitavam bandeiras do país.

Como funciona o referendo?

O referendo foi proposto pela Nacional do país, aprovado pelo Conselho Nacional Eleitoral e liberado pelo Supremo Tribunal de Justiça, todos controlados por partidários de Maduro. Os venezuelanos respondem “sim” ou “não” para cinco perguntas.

Entre as questões, os eleitores têm de responder se “concordam em rejeitar por todos os meios, de acordo com a lei”, o limite de 1899 e se apoiam o acordo de 1966 “como o único instrumento legal válido” para chegar a uma solução. Também pergunta se estão de acordo com a criação de um província venezuelana chamada “Guiana Esequiba” e a outorga da nacionalidade a seus habitantes.

O que está em disputa?

A consulta, não vinculante, não é sobre autodeterminação, já que território de 160 mil quilômetros quadrados está sob a administração da Guiana e seus 125 mil habitantes não votam. O resultado não terá consequências concretas a curto prazo: a Venezuela busca reforçar sua credibilidade e reivindicar sua demanda e nega que seja uma desculpa para invadir e anexar à força a região.

A Venezuela argumenta que o rio Esequibo é a fronteira natural, como foi em 1777 quando era Capitania Geral do Império Espanhol. Apela ao Acordo de Genebra, assinado em 1966 antes da independência da Guiana do Reino Unido, que lançou as bases para uma solução negociada e anulou uma decisão de 1899, que definiu os limites defendidos por Guiana, que pediu sua ratificação à Corte Internacional de Justiça (CIJ).

O governo da Guiana pediu a do referendo à CIJ, sem sucesso. O tribunal determinou não mudar o status quo da região sem fazer referência ao processo. De qualquer modo, a Venezuela havia afirmado que não cumpriria ordens desse tipo, já que não reconhece a juridição deste tribunal.

A reivindicação da Venezuela se intensificou desde que, em 2015, a gigante energética americana ExxonMobil descobriu petróleo em águas em disputa que a colocariam na lista de países com as maiores reservas per capita do mundo.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Uma semana após HC negado, Claudinho Serra tenta recurso para deixar prisão

Comércio de MS deve lucrar em torno de R$ 300 milhões no Dia dos Pais

Voo para os EUA tem alarme falso de bomba após mensagem de ‘descanse em paz’ em celular

Peixe BR: tarifa de 50% dos EUA atinge diretamente o setor e é preciso restabelecer diálogo

Notícias mais lidas agora

mpms segurança mp

Gastos do MPMS superam R$ 330 milhões nos primeiros 6 meses de 2025

VÍDEO: Madrinha homenageia Sophie no dia em que bebê completaria 1 ano de vida

Motorista que morreu em acidente na BR-163 era advogado de 27 anos

Trump ameaça tarifas de até 100% contra a Rússia, em 50 dias, se não houver acordo sobre a Ucrânia

Últimas Notícias

Polícia

Grupo técnico criado para desafogar a Deam terá as atividades prorrogadas por mais 90 dias

O grupo foi criado após o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte

MidiaMAIS

Vereador faz trajeto de bicicleta até Aparecida do Norte em agradecimento a vida do filho

Vereador Beto Avelar (PP) percorre o Caminho da Fé para pagar promessa a Nossa Senhora Aparecida

Política

PT avança conversas com Simone Tebet e Fábio Trad para fortalecer palanque de Lula em MS

Prioridade número um do Partido dos Trabalhadores é reeleger o presidente Lula

Polícia

VÍDEO: Madrinha homenageia Sophie no dia em que bebê completaria 1 ano de vida

Sophie e a mãe, Vanessa Eugênia, foram mortas carbonizadas por João Augusto de Almeida — pai da bebê e esposo da jovem